Aruká Juma, de 90 anos seguia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Porto Velho. Ele chegou à capital de Rondônia, no dia 2 de fevereiro, veio transferido do Hospital Regional de Humaitá no Sul do Amazonas. O guerreiro indígena seguia internado no Hospital de Campanha Regina Pacis (HCRP), mas perdeu a luta para a doença, nesta quarta-feira, (17) por insuficiência respiratória aguda decorrente da infecção pelo Coronavírus.
Uma das filhas de Aruká disse que ele era hipertenso e apresentou os primeiros sintomas da Covid-19 no início de janeiro, mas vinha sendo tratado com remédios “recomendados pelo presidente Jair Bolsonaro” (sem partido). Testes realizados na aldeia onde Aruká vivia, confirmou a infecção em 12 pessoas.
O corpo do indígena já foi transladado nesta quarta-feira para Humaitá e ainda hoje a noite estava previsto para ocorrer o sepultamento.
Aruká Juma representava o último guerreiro vivo e legitimo do povo Juma, exterminado em conflitos com seringueiros e comerciantes de castanha na década de 60.
Em 1950, a Fundação Nacional do Índio (Funai) já chegou a contabilizar mais de 15 mil indígenas. Por volta de 1990, os “Juma” foram submetidos às marcas do abandono pelos órgãos governamentais.
União Interétnica foi realizada entre os Jumas e os Uru-eu-Wau-Wau de Rondônia. Em 2013, às famílias dos casados entre Juma e Uru-Eu-Wau-Wau voltaram da Aldeia Jamary ao território Juma em Canutama, era vontande do guerreiro Aruká.
No Amazonas, segundo dados da Organização Indígena da Amazônia, 252 índios já morreram por conta da Covid-19 de 38 etnias.
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) divulgou dados que apontam que o novo coronavírus já atintiu 34.529 indígenas na Amazônia Legal brasileira. Até o dia 11 de fevereiro, foram a óbito pela doença 783 pessoas de 107 povos. No Amazonas, são 252 mortes de 38 etnias.
O indígena Aruka Juma morreu vítima da Covid-19 nesta quarta-feira (17) em Porto Velho. Aruka era o último homem guerreiro do seu povo.