Nesta época do ano em que as chuvas são mais constantes, o céu na boa parte do dia está sempre encoberto por nuvens acinzentadas. Porém, basta uma queda de temperatura para que o tempo feche rapidamente. Para quem vive em um estado como Rondônia onde o calor e o mormaço são companhias constantes, uma chuvinha cai como um alívio, da até pra relaxar. Mas nem sempre chuva é sinal de calmaria.
“Já estávamos todos deitados. O episodio aconteceu na fazenda da família. De repente acordamos com um barulho ensurdecedor. Todos que estavam na casa levantaram apavorados, meio que atordoados. Ainda não sabíamos, mas um raio acabara de cair próximo de casa. Eu tinha um cordão, até hoje ninguém sabe onde ele foi parar. A pressão do raio conseguiu arrancar o objeto do meu pescoço. Outro dano que eu tive foi com a minha audição que até hoje não recuperei por completo. Graças a Deus, todos nos ficamos bem, mas a gente sabe que nem sempre esse desfecho termina assim”, recorda o servidor.
Porto Velho, na região Norte do Brasil, juntamente com Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Rio Branco (AC) e Palmas (TO) são as capitais onde existe a maior probabilidade de uma pessoa morrer atingida por um raio? A pesquisa faz parte de um levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento também apontou a quantidade de raios por quilômetros quadrados por ano em todo o Brasil.
O estado com maior densidade é o Tocantins, com 17,1 raios por quilômetro quadrado seguido por Amazonas (15,8), Acre (15,8), Maranhão (13,3), Pará (12,4), Rondônia (11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo (5,2), que são os 10 primeiros estados com maior densidade de raios por quilômetro quadrado por ano.
Essa incidência de raios segundo os meteorologistas está associada a mudança climática entre a primavera e o verão. Isso é o resultado das instabilidades atmosféricas. É o fenômeno que mais acontece na Floresta Amazônica. Relacionado a isso estão também às altas temperaturas com encontro das altas umidades relativa do ar. O que favorece a formação de nuvens de grandes extensões verticais. Dentro destas nuvens estão muitas cargas elétricas positivas e negativas. Quando existe o desequilíbrio acontece à formação do fenômeno chamado de descargas atmosféricas, popularmente conhecido como raios.
Em Outro Preto D’Oeste, numa propriedade que fica localizada a 2 km da área urbana, um fazendeiro teve um prejuízo enorme, após um raio cair e matar 25 cabeças de gado da fazenda. Segundo ele, 18 desses animais serviam a propriedade como gado de leite. O incidente ocorreu no dia 24 de dezembro. Segundo o dono do local o prejuízo foi de 90 mil reais.
A dúvida que quase todo mundo pergunta é se essa carne pode ser consumida. Segundo técnicos do Ministério da Agricultura, a reposta é não. A instituição diz que o problema no consumo dela está na questão do manejo desses animais e o tempo em que eles estiveram expostos, longe de qualquer cuidado sanitário. O Ministério da Agricultura orienta que a carcaças dos animais mortos devam ser queimadas ou enterradas, em áreas distantes das utilizadas para o manejo e longe da propriedade.