O mês de agosto registrou o menor indicador de falta de energia em Rondônia dos últimos seis anos. O período é marcado por interrupções no fornecimento provocadas por descargas atmosféricas, chuvas com ventos intensos, queimadas e altas temperaturas, mas o resultado em 2020 foi 30% menor que a média dos últimos anos. O gerente do Departamento de Operações da Energisa Rondônia, Carlos Alexandre Oliveira, explica qualidade da eletricidade fornecida é medida por dois indicadores monitorados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Eles medem a frequência (FEC) e a duração (DEC) das faltas de energia no período. Partem do princípio de que, pelas características do serviço, a energia está sujeita a um determinado grau de interrupção. Cabe a Aneel estabelecer os limites regulatórios desses indicadores, quer dizer, qual o nível aceitável de falta de energia.
"A concessão de Rondônia vinha de um longo período de subinvestimento e não possuía registros abrangentes das ocorrências. Só em 2019, depois que assumimos a concessão, a empresa passou a contar com um Centro de Operações Integrado (COI), que enxerga toda a rede do estado e de forma mais eficiente. Estamos trabalhando para melhorar a rede e a qualidade e também nossos controles. Temos reuniões diárias de monitoramento e metas agressivas de melhoria dos indicadores", completa o gerente. A concessionária fez muitas obras para atuar preventivamente. "Fizemos um levantamento de grande parte dos cabos, transformadores e outros equipamentos que estavam obsoletos e estamos substituindo por novos. Estamos adequando a rede para distribuir a energia de acordo com a necessidade de cada região, considerando os critérios técnicos", declarou.
Chuva com ventos
Oliveira ainda conta que a Energisa montou um planejamento de contingência para atuar prontamente nos casos emergenciais, provocados por fatores externos, como a chuva com ventos intensos registrada em Rondônia no dia 20 de agosto. "O temporal provocou muitos estragos na capital de forma geral por causa do vento. Muitas árvores e galhos caíram sobre a rede, arrebentando cabos de linhas importantes. Mas estávamos preparados e mobilizamos aproximadamente 300 equipes para restabelecer o fornecimento", frisou. Naquele dia, foram registradas um aumento de 550 % do volume de ocorrências em todo estado e o fornecimento foi restabelecido gradualmente de acordo com a concretização dos trechos de manutenção.
O gerente ainda aponta que o reforço do quadro de eletricistas e a capacitação constante das equipes de manutenção contribuem para a melhoria dos índices. "A manutenção da rede elétrica é uma atividade especializada, que requer atualização constante das técnicas e dos equipamentos disponíveis no mercado. Por isso, investimos em cursos para toda nossa equipe", declarou Oliveira. Desde que chegou a Rondônia, a menos de dois anos, a Energisa já promoveu 200 mil horas de treinamento para seus colaboradores próprios e terceiros. Em média, cada um dos cerca de 4 mil profissionais próprios e terceirizados que atuam para a empresa passou por mais de 50 horas de cursos. Atualmente, está em treinamento a primeira turma da Energisa Rondônia especializada em manutenção com Linha Viva, ou seja, com a rede energizada, e que requer uma capacitação diferenciada e observação das normas de segurança.