As novas recomendações sobre o uso e tipo de máscaras foram divulgadas em videoconferência de imprensa a partir da sede da OMS, em Genebra, na Suíça, e tiveram por base a "revisão das provas" científicas e a "consulta de especialistas", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
De acordo com a OMS, as máscaras de tecido, para uso generalizado pela população, devem ter três camadas de materiais para funcionarem como "uma barreira", para impedirem que gotículas contaminadas infectem as pessoas.
O tecido exterior da máscara, o que está exposto ao ambiente, deve ser "tipo poliéster", enquanto o mais interior, o que está em contato com a cara, de algodão, e o intermédio de polipropileno ou algodão, segundo as orientações publicadas no portal da organização.
A OMS aconselha o uso de máscaras de tecido quando há "transmissão disseminada" da infecção e quando é difícil manter o distanciamento físico, como os "ambientes fechados", dando como exemplo, na videoconferência de imprensa, os transportes públicos.
Lojas, escolas, igrejas, mesquitas, locais de trabalho, campos de refugiados ou bairros de lata são exemplos igualmente referidos nas novas orientações publicadas e onde é aconselhado o uso de máscara comunitária quando o distanciamento físico é limitado.
A utilização da máscara deve ser acompanhada por outras medidas, como a higienização das mãos e o distanciamento, quando possível, uma vez que as máscaras, por si só, "não protegem" as pessoas da covid-19, alertou o diretor-geral da OMS, nas declarações aos jornalistas.
Nas orientações anteriores, publicadas em 06 de abril, a OMS apenas fez recomendações sobre o uso de máscaras cirúrgicas, restringindo-o a doentes ou suspeitos, profissionais de saúde e cuidadores.
Na altura, a organização considerou que "o amplo uso de máscaras por pessoas saudáveis na comunidade" estava rodeado de "incertezas e riscos", sendo que transmitia a falsa ideia de segurança.
Ontem, o diretor-geral da OMS assinalou que as máscaras são "úteis" e fazem "parte de uma estratégia mais abrangente", que inclui o rastreio, isolamento e tratamento de doentes e a quarentena de contatos próximos de doentes.