“É uma condenação justa. Né? Acho que esse tempo é um bom tempo para ele (Felipe) refletir no crime no qual ele foi cruel. É motivo de alegria. Sim! Não trará mais a minha avó de volta, mãe, vó. [pausa…]. Tudo que a gente pediu a Deus foi justiça, e ele está nos dando”, declara a neta da vítima, Érica Cristina, após receber a notícia da condenação do assassino da avó, Felipe da Silva Rocha.
Desse tempo pelo menos 12 anos ele terá que cumprir no sistema fechado. O Julgamento do réu vinha ocorrendo desde o dia 7 de abril e era realizado por meio de videoconferência. O Tribunal de Justiça (TJ/RO) tem adotado o método por conta da Covid-19 em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado o distanciamento e aglomerações de pessoas em um mesmo ambiente.
A condenação do réu foi lida na ultima sexta-feira (29), pelo Juiz de direito, Edvino Preczevski da 2ª Vara Criminal de Porto Velho. A sentença sai exatamente três meses antes do aniversário da morte de Ângela Cortez de Morais, assassinada brutalmente no dia 10 de agosto de 2019, na casa dela no Distrito de Porto Velho Abunã.
Em dezembro de 2019, o delegado da Polícia Civil Valney Calixto, a frente das investigações encerrou o inquérito criminal. A partir de então o caso foi oferecido ao Ministério Público de Rondônia (MP/RO).
“As dificuldades são gigantes, mas a equipe trabalhou com afinco, desvendando esse episódio que ao final chegou ao seu propósito com a condenação do réu”, disse o delegado.
Na audiência, presidida no dia 17 de abril, em depoimento que durou em torno de 13 minutos, Felipe da Silva Rocha foi questionado sobre a autoria pela morte de Ângela. O homem alegou que não tinha recordações do ocorrido, ao mesmo tempo afirmou ser ele usuário de drogas desde os 13 anos. Ainda no depoimento Felipe declarou que “no dia do crime ingeriu bebida alcoólica, mas não era acostumado a beber”.
Felipe da Silva Rocha seguia preso desde novembro do ano passado, após a justiça ter expedido o mandado para a detenção dele. Em todos os interrogatórios, de acordo com o delegado Valney Calixto, sempre negou ser o autor da morte da idosa. Porém, não foi o que comprovou o material genético encontrado na cena do crime e no corpo de Ângela Cortez de Moraes que testou positivo para o DNA do assassino.
“Que ele (Felipe) pague pelo que fez. Pelo ato de covardia e monstruosidade contra a minha avó. Ficamos um pouco aliviados em saber que graças ao delegado Valney Calixto da Polícia Civil o crime foi desvendado”, agradece, a neta da vítima, Ellen Priscila Cortez de Morais.
A pena total do acusado foi classificada da seguinte maneira. Em vinte anos de reclusão mais 10 (dez) dias-multa pelo crime de roubo qualificado e pela morte (latrocínio consumado). Outros seis anos correspondem ao crime de estupro consumado. Além disso, houve um agravo na pena resultou em mais três anos e cinco dias-multa pelo de crime de latrocínio.
O fato do crime ter sido praticado a uma pessoa maior de 60 anos, elevou em mais um ano a condenação do réu. Sendo assim, Felipe da Silva Rocha condenado a 30 anos de prisão e mais 15 dias multa pelo assassinato da idosa Ângela Cortez de Morais. A justiça determinou que o criminoso cumpra a sua sentença no regime inicial fechado tendo em vista que a pena foi superior a oito anos e por se tratarem de crimes hediondos.
“O sentimento que nós familiares tivemos quando ele (Felipe) foi preso foi de alivio. Hoje, apesar de quase um ano, a sensação é como se nós tivéssemos vivendo aquelas oito horas do acontecimento. A gente não tem palavras para expressar a tristeza que a família sente ainda. Que a justiça dê a ele o máximo de tempo na cadeia para que possa pagar pelo crime que cometeu”, declara a filha de Ângela, Cristina Cortez de Morais.