Sabe aquela receita médica que você apresenta no balcão da farmácia e um vendedor fica pedindo ao outro colega para decifrar? Pois é, por lei isso não pode acontecer, porque o médico, dentista ou qualquer outro profissional habilitado para prescrever um medicamento para qualquer paciente tem que escrever o nome do remédio ou substância com toda clareza, de preferência em letra de forma, datilografado – o que não é mais o caso – ou digitado eletronicamente.
O assunto parece bobo, mas é muito sério. Tanto que tem há leis para regulamentá-lo desde 1932. Mas ao que parece ainda há muitos profissionais da área de saúde usando seus próprios hieróglifos na hora de prescrever o medicamento. A má escrita nas receitas médicas foi tema de uma audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Porto Velho, proposta pelo vereador Da Silva do Sinttrar e da qual participaram alguns farmacêuticos.
Regra geral uma receita não deveria suscitar dúvidas ou questionamentos, uma vez que o profissional que a prescreveu esteve face a face com o paciente, fez os questionamentos e exames de praxe, mas na hora da transcrição do nome no papel usou garranchos de tal forma que inviabilizaram o entendimento do nome do medicamento. Ele pode até ter dito o nome da solução ao paciente, mas é difícil guardar os detalhes do que diz um médico numa consulta médica, por menor que seja o problema tratado.
Os profissionais de farmácia são orientados a não fornecer o medicamento quando há falta de clareza, para não por em risco a vida do paciente e ai só resta mesmo mandar o paciente de volta ao médico para que este refaça a receita, mas todos sabemos que isso nem sempre é possível e neste caso, muitas vezes o paciente acaba desistindo do tratamento ou passa para uma alternativa sem a receita médica, o que de certa forma também o põe em risco.
A proposta da audiência pública é a de promover uma fiscalização maisintensa, a partir das unidades municipais, como Upas e postos de saúde, para que estes setores coloquem a disposição dos médicos recursos eletrônicos – computadores e impressoras – para emissão das receitas, de forma a não deixar dúvida. A prática já é corrente em alguns hospitais, mas deverá tornar-se comum em todas as unidades de saúde, quer do setor público ou privado. O projeto Receita Legal é Receita Legível original é do Conselho Federal de Farmácia, apoiado pelo Conselho Regional de Rondônia e agora também por vereadores de Porto Velho. Quando a receita é legível ela nos dá segurança e isso é muito importante.