Ao circular pelas ruas, não é preciso muito tempo para encontrar um, dois, vários motoristas com o braço para fora do veículo, seja por motivos de alta temperatura nas estações mais quentes do ano ou como forma de se apoiar e descansar o braço, devido ao trânsito cansativo. Em caso de fumantes, a cena é ainda mais comum. Um hábito corriqueiro, mas que além de ser uma infração de trânsito, é extremamente perigoso.
Em uma colisão lateral, pode haver o esmagamento ou uma amputação do braço, explica o presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão), Dr. João Baptista Gomes dos Santos.
Em março de 2018, em Curitiba (PR), um motorista teve a mão decepada ao colidi-la com a porta de outro veículo, que estava sendo aberta. O alerta se estende aos passageiros. Em fevereiro de 2019, também na capital paranaense, um menino de 11 anos perdeu o braço após colocar o membro para fora de um ônibus e atingir um pilar de ferro. Caso similar aconteceu em novembro do mesmo ano, em Campinas (SP), com uma jovem de 19 anos, em uma colisão com um poste. Com o fluxo de motociclistas nos corredores, o risco de um acidente é ainda maior.
Dr. João lembra que uma lesão, trauma ou amputação traz graves consequências à vida de uma pessoa. “As mãos e punhos têm estruturas complexas, de grande importância no corpo, pois são formados por muitos ligamentos, ossos, nervos que propiciam sensibilidade e comandam os movimentos dos músculos e tendões, importantes artérias que irrigam os membros", ressalta o especialista.
No tocante à infração de trânsito, segundo o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dirigir com apenas uma das mãos ao volante é infração média, com multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).