SINOPSE
Na Los Angeles da década de 1970, uma assistente social criando seus dois filhos sozinha depois de ser deixada viúva começa a ver semelhanças entre um caso que está investigando e a entidade sobrenatural La LIorona. A lenda conta que, em vida, La Llorona afogou seus filhos e depois se jogou no rio, se debulhando em lágrimas. Agora ela chora eternamente, capturando outras crianças para substituir os filhos.
CRÍTICA
Se você é um daqueles que ainda aposta numa redenção dos filmes derivados do chamado “Invocaverso” (Universo cinematográfico Invocação do Mal) já vá tirando seu cavalinho da chuva. Embora esse seja mais um spin off que nasceu do sucesso dos filmes protagonizados por Lorraine e Ed Warren, não tem ligação direta com o mesmo universo do casal de caça-demônios e, talvez por isso (infelizmente), seja mais uma obra criada apenas para lucrar um pouco mais surfando nessa onda momentânea de sucesso de bilheteria deste subgênero do cinema.
Pupilo do mestre James Wan, o diretor Michael Chaves assume esse seu primeiro longa e não trás nada do que já tenhamos visto – e melhor – em outros filmes considerados de ‘terror’, e o que vislumbramos nessa película é um festival de furos e uma narrativa fraca, com personagens fracos e uma entidade demoníaca que só mete medo mesmo em crianças que consomem doses cavalares de estupidez humana.
Já durante o filme você começa a se perguntar: “Por que a noiva demônio queima as vítimas e não faz mais nada além disso? Ela matou apenas os próprios filhos e os filhos da Patrícia?”
Embora seja uma ficção, não é tolice se perguntar se, nos anos 70 (o filme se passa em 1973) as crianças eram tão medrosas a ponto de mentir pra mãe para esconder a verdade? E a mãe, por sua vez, era tão imbecil a ponto de não tentar descobrir logo do que se trata, quando as pistas sobre o espírito maligno se apresentam até nas fotos que ela avalia e até mesmo depois que ela vê a Chorona pela primeira vez.
A vilão, por sua vez, é uma colcha de contradições que parece ter saído de um filme dos X-Men, pois mostra poderes como jogar longe o corpo das pessoas, afastar objetos e influenciar na eletricidade. Só não mata as crianças. Fica frescando!
Até os clichês dos filmes de terror aqui sofrem com a narrativa débil. “Por que essa demônia uma hora aparece em qualquer lugar que quiser – como se tivesse o poder do teletransporte – e na outra ela não consegue sequer ultrapassar uma simples porta que foi mal fechada por uma das vítimas em momentos de pânico?”
E os já intragáveis “jumpscares” aqui soam como um deboche à nossa inteligência, pois são exaustivamente utilizados e… não funcionam!
O terror psicológico do filme é tão anêmico e sem sentido que chega a causar indignação. O ponto alto do filme (se é que existe algum) é uma breve referência ao “Invocaverso”, com um flash no depoimento de um padre onde aparece a famosa boneca Annabelle.
A resolução do filme, por sua vez, fecha com “chave de ouro” (a ironia é por minha conta) esse horror feito só pra causar ‘sustinhos’, mas que, para os mais exigentes, causa revolta pela uma hora e meia desperdiçada com tanta asneira.
A Maldição da Chorona, por fim, só tem sentido mesmo em seu título, pois é exatamente o que ela causa: A gente chora… de tédio! Fraco é o adjetivo perfeito!