Manaus – Comerciantes da rua dos Barés, localizada no Centro de Manaus, enfrentam dificuldades devido a enchente do rio Negro. Segundo eles, comparado ao período da seca, o número de vendas caiu mais da metade. O nível do rio já ultrapassou a cota máxima de 29,33 metros, prevista para a cheia deste ano, e a do ano passado.
O gerente da ‘Alho Dourado’, fornecedora de temperos para todo o mercado de Manaus, que pediu para não ter o nome divulgado, conta que a principal dificuldade é de transportar as mercadorias, pois os carros já não entram mais na rua por estar coberta pela água.
“Às vezes é complicado até para crianças passarem. A água já chegou no nosso estoque e molhou algumas mercadorias. Tivemos que colocar as caixas por cima de vários pallets para água não alcançar. Nosso escritório é de MDF e, como a gente sabe, pegou água já perde”, ressaltou Jonathas.
Quem também sente o prejuízo é o comerciante Alessandro Oliveira. Ele que trabalha como fornecedor de bananas diz que já perdeu algo em torno de R$ 7 mil devido a cheia.
“A caixa de banana custa R$ 55. Quando está seco, vendemos em torno de 200 a 300 caixas, mas agora o máximo que conseguimos vender é 70 caixas. Nesse mês a venda caiu bastante. Estamos levando algumas caixas para a rua principal e vendendo por lá. Mas com esse ritmo, para não estragar a mercadoria, vamos ter que baixar o preço”, contou Alessandro.
Ultrapassou cota de emergência
Segundo o engenheiro do Porto de Manaus, responsável pela medição diária do rio Negro, Valderino Pereira, de sábado (15) até segunda-feira (17), o rio subiu 5 centímetros, chegando a cota de 29,39 metros. Ou seja, o rio ultrapassou a cota de emergência decretada pela Prefeitura de Manaus, que era de 29,33 metros
“A expectativa é o que o nível das águas diminuía no início de julho. Acreditamos que esse ano, talvez, não chegue ultrapassar essa faixa", avaliou Valderino.
Ainda conforme o engenheiro, a cota desse ano já ultrapassou a do ano passado, que foi de 28,38 metros. Porém não é tão alarmante se comparada ao nível registrado em 29 de maio de 2012, cota que chegou a 29,97. A mínima histórica foi de 13,63 metros em outubro de 2010.
Por outro lado, segundo o engenheiro, o nível atualmente do rio Negro beneficia a navegação e facilita o transporte realizado por trabalhadores que precisam deixar cargas em barcos e navios comerciais.
Situação de emergência
No dia 3 de junho, a Prefeitura de Manaus decretou situação de emergência na capital por conta da enchente. O decreto foi feito no Diário Oficial do Município.
A prefeitura realiza ações para combater danos causados pela enchente dos rios Negro e Amazonas pelo prazo de 180 dias. Caso seja necessário, a prefeitura irá solicitar recursos do governo federal.