Em plena Amazônia legal fica porto velho. Com 34.090,962mil km², a capital se faz a única sede de estado brasileira ao lado de um país, a Bolívia.
“Porto Velho é uma cidade atípica de tudo que a gente conhece. As pessoas não têm noção que nós éramos praticamente uma colônia americana que o idioma da cidade era o inglês. Pouco gente sabe disso”, informa o historiador, Anísio Gorayeb.
No século XX ‘um mundo de homens’ padeceu suas vidas com o objetivo de construir em meio à Floresta Amazônica aquilo que foi considerado uma das maiores loucuras daquele período. Erguer no meio da floresta uma ferrovia. O aposentado Paulo da Costa ramos começou a trabalhar na ferrovia ainda adolescente. Maquinista do trem de lastre – ele era responsável pelo abastecimento dos trens de passageiros.
“Muitos esquecem onde começou o estado de Rondônia. Hoje temos que agradecer a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Foi por ela que tudo isso aqui começou. Hoje ela vive completamente abandonada”, lamenta o ex-ferroviário Paulo da Costa Ramos.
A obra em plena Floresta Amazônica faria dessas terras um pequeno país de múltiplas nações. O começo para uns e o extermínio para outros. Segundo a história só no Cemitério da Candelária são 1583 sepultamentos.
A estimativa real é que cerca de 8 mil homens morreram vítimas das doenças tropicais durante a construção. O mais chocante em tudo é que essa triste e cruel realidade pouco ou nada tem importado as autoridades locais. Não parece, mas este local em meio ao mato é o cemitério da candelária. Nele estão os restos mortais de boa parte dos nossos heróis.
Não tem como falar de porto velho e não associar a cidade ao nome do “magnata norte americano Percival Farquhar”. Em 1903 com a assinatura do tratado de Petrópolis que, pois, fim a uma guerra e anexou parte do território boliviano ao brasil, o empresário tomou para si a responsabilidade de construir uma estrada de ferro, ligando o Brasil a Bolívia. Cumprindo desta maneira um dos três acordos assinados entre os dois países que incluiu o território do acre ao brasil.
Por meio da lei 757, do dia 02 de outubro de 1914 foi assinado pelo governador do Amazonas, Jonatas Pedrosa a criação do município. Mas a instalação só aconteceria dois meses depois, em janeiro de 1915. Do chão, Porto Velho edificou-se em algumas décadas. O município cresceu aliado aos ciclos. O último trouxe as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau no Rio Madeira.
A construção dos empreendimentos marcou um progresso promissor. O não planejamento da cidade por parte dos munícipes passados, além de frear o desenvolvimento atrasou a ampliação de obras importantes.
Natural de Barbosa Ferraz no Paraná a família Paro está conhecendo pela primeira vez Porto Velho. Diante do berço da nossa civilização, os paro aproveitaram para registrar e deixar se registrar diante da história.
"Como meu filho mora em Ji-Paraná e sempre falava sobre Porto Velho, mas nunca tínhamos vindo a cidade. Aproveitamos essa viagem para desta vez conhecer. Daqui levo muitas fotos para mostrar aos amigos lá no Sul do país”, destaca o comerciante, José Paro.
A história fascinou a todos. Mas a falta de manutenção do complexo (EFMM) é algo que a dona Neuza Paro não pretende levar para o Paraná.
Com a união dos povos as ramificações genealógicas. Se comparado a época do descobrimento o sangue português é maioria, mas também do ‘reino de castela’, como os espanhóis. A construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré trouxe o mundo para esta terra. Povos que aqui chegaram em busca do tão sonhado tesouro do “eldorado”.
edição de vídeo:Ricardo Alves