Perto de completar dois anos da morte do delegado José Pereira da Silva Filho, Loubivar de Castro Araújo, principal suspeito do crime e levado a júri popular. O julgamento do réu começou nesta quarta-feira (19) na Primeira Vara do Tribunal do Júri, em Porto Velho (RO).
Os depoimentos iniciaram pelas testemunhas de acusação. Entre elas, do delegado Pedro Macebo que na data do ocorrido era diretor Geral da Polícia Civil de Rondônia.
O crime aconteceu no dia 03 de outubro de 2016, nas dependências do prédio da corregedoria da polícia civil. Na época uma escrivã que estava no momento, disse em depoimento que não ouviu nenhuma discussão entre partes, somente os disparos. Testemunhas confirmam uma rixa antiga entre os delegados.
José Pereira da Silva, foi morto com dois tiros de pistola .40. Os projéteis perfuraram o tórax da vítima, que morreu na hora.
De acordo com as investigações, tudo teria iniciado em 2015 quando José Pereira da Silva Filho, até então delegado titular do 4ª distrito policial o impediu de fazer mudanças administrativas. O réu era o delegado adjunto do 4ª DP. A postura da vítima motivou o seu descontentamento. No inquérito policial o suspeito alega que atirou no colega em legítima defesa, o que vem sendo sustentado pela defesa. Porém indícios apontam que Loubivar premeditou o crime.
“Ele (acusado Loubivar) estava numa situação tal que viu a vítima se armar pra atirar contra ele, foi nesse momento que dentro da Corregedoria da Polícia Civil, na sala que só estava ele (suspeito) e a vítima (José Pereira). Ninguém mais. Percebendo que a vítima sacava da arma pra atirar contra ele o Loubivar conseguiu com a canhota de esquerda sacar primeiro e desfechar dois tiros”, sustenta, o advogado de defesa, Antônio Cândido de Oliveira.
TESE DEFENDIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO (MP/RO)
A promotoria de justiça defende a tese de premeditação. Isso porque no dia do delito, Loubivar achou o momento oportuno para matar a vítima, que segundo a acusação estava sentada, distraída, no momento que o suspeito sacou a arma e efetuou dois disparos, impossibilitando a defesa reagir.
Como o crime gerou comoção a audiência do caso era bastante aguardada pela opinião pública. Desde então, o delegado seguia preso. No instagram o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ/RO) transmitia ao vivo o julgamento.
Por fim, o Tribunal do Júri decidiu pela condenação do delegado Loubivar de Castro Araújo, que foi sentenciado a 14 anos de reclusão. Julgamento que começou na manhã da quarta-feira (19) chegou ao fim por volta de 1 da madrugada.