Dados recentes da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que 59% dos homens com idade entre 40 e 69 anos têm ou já tiveram algum problema de ereção e, destes, 12% relata que a dificuldade é recorrente. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou que 15 milhões de brasileiros sofrem com a disfunção erétil, doença que atinge principalmente homens com mais de 40 anos, mas que também tem crescido entre os mais jovens. Ou seja: esta é uma doença bastante comum e que atinge homens de todo o mundo.
As causas da disfunção erétil – também chamada de impotência sexual – podem ser variadas e contar com origens físicas ou emocionais (ou um misto de ambas, dependendo do caso). A impotência tem níveis diferentes, podendo ser classificada de leve a grave, e tende a afetar muito a autoestima e a saúde mental do homem afetado pela condição – também dos seus parceiros.
O que é a impotência ou disfunção erétil?
A disfunção erétil é caracterizada pela dificuldade do homem em manter uma ereção satisfatória durante o ato sexual. A ereção é considerada satisfatória ou de qualidade quando cumpre três principais quesitos: disposição do homem para a ereção, rigidez da ereção e manutenção da rigidez até que se atinja a satisfação sexual. Quando há dificuldades permanentes em relação a qualquer um destes fatores ou a todos, pode ser sinal da impotência sexual.
Praticamente todos os homens em algum momento de suas vidas encontram dificuldades para alcançar a ereção, principalmente em ocasiões estressantes e preocupantes ou quando estão com alguma doença que interfira na libido. No entanto, estas são condições passageiras e comuns. Se a dificuldade é persistente e torna-se cada vez mais frequente, ou até mesmo se a ereção ocorre mas não é satisfatória, é preciso buscar ajuda médica para que seja feito o diagnóstico e correto tratamento.
Em relação à classificação da doença, ela é verificada da seguinte forma:
Leve: a ereção é levemente comprometida e o paciente relata satisfação sexual ocasional.
Moderada: a capacidade de ereção é baixa, mas ainda ocorre. O paciente relata pouca ou rara satisfação no ato sexual.
Grave: capacidade de ereção é seriamente comprometida ou nula. A satisfação sexual também é praticamente ou totalmente nula.
Importante que o paciente saiba que não está sozinho, e que é um dos milhões de pacientes que possuem a doença. Procurando auxílio médico e obtendo o diagnóstico, é possível tratar e recuperar a qualidade de vida.
O que desencadeia a impotência?
Entre as possíveis causas orgânicas da disfunção, alterações de saúde como problemas cardiovasculares, desequilíbrios hormonais e distúrbios neurológicos estão entre as principais razões. Além de ser por si só uma doença, a impotência pode ser sintoma de outras patologias, sobretudo as crônicas. Hipertensão, colesterol alto, diabetes e distúrbios na próstata (como tumores) podem ter relação com os problemas na ereção.
O colesterol alto ajuda a piorar o quadro de disfunção erétil em todos os seus níveis. Isso ocorre porque o colesterol, quando se encontra em níveis alterados no organismo, se cola às paredes das artérias, e seu acúmulo reduz a passagem de sangue diminuindo o fluxo sanguíneo no pênis. No caso do diabetes, as artérias tornam-se mais espessas por conta da doença, o que acarreta em redução do espaço disponível para o fluxo sanguíneo no organismo, impactando também na chegada do sangue ao pênis. Estima-se que aproximadamente metade dos homens com diabetes sofrem ou sofrerão com a impotência em algum momento de suas vidas. Homens jovens com a doença também têm sua ereção comprometida.
Outros fatores, como depressão, estresse, problemas financeiros, problemas emocionais, ansiedade, sedentarismo e até mesmo o uso de certos medicamentos para o tratamento de outras doenças podem interferir na qualidade da ereção. Por isso, toda e qualquer doença deve ser relatada ao médico logo na primeira consulta.
Como a impotência sexual pode ser tratada?
O principal sintoma da doença é a dificuldade de manter a ereção. O impacto disso é bastante importante, e pode afetar a autoestima do homem e até mesmo causar problemas nos seus relacionamentos. Quando há uma frequência na dificuldade de ereção, é preciso buscar ajuda médica.
O urologista, especialista neste tipo de alteração, fará um detalhado exame clínico e uma investigação sobre o histórico de saúde do paciente. Além disso, exames laboratoriais e de imagem podem ser solicitados pelo médico para chegar ao diagnóstico. As condições psicológicas e emocionais também são avaliadas para compreender as razões do aparecimento da disfunção.
Alguns exames específicos para o quadro são indicados: a avaliação de tumescência peniana noturna, que verificará a presença de ereções durante o sono e qual a frequência e a rigidez; e ultrassom com doppler, que serve para avaliar o fluxo sanguíneo do pênis.
Normalmente, a primeira opção é o tratamento das chamadas condições subjacentes, ou seja, doenças e alterações que podem estar provocando o aparecimento da impotência. Caso o problema seja hormonal, por exemplo, o médico indicará uma reposição de hormônios e acompanhará a evolução do quadro. Se mesmo após tratadas as doenças que tendem a ser causa da impotência nada for resolvido, outros recursos terapêuticos serão indicados pelo especialista.
Entre os tratamentos para a impotência sexual estão o uso de medicamentos e de dispositivos, como as bombas. O especialista pode também indicar mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos, a redução do consumo de bebidas alcoólicas, o abandono do tabagismo, e até mesmo a busca de um psicólogo ou terapeuta que possa auxiliar com as questões emocionais.
Antes de mais nada, é preciso que o paciente saiba tratar o quadro com o máximo de naturalidade e tranquilidade. Quanto mais ansiedade, mais o tratamento pode ser difícil. O médico está apto a ajudá-lo nesta situação, por isso é essencial responder com total honestidade e transparência as perguntas feitas por ele, sem qualquer tipo de vergonha ou constrangimento. O especialista é quem poderá detectar a real causa da impotência e tratá-la de forma a devolver ao paciente a qualidade e a satisfação sexual.