Os estados de Rondônia e o Amazonas são responsáveis juntos pelo desmatamento de 57 mil hectares. Os dados fazem parte de um levantamento apresentado pelo Ministério Público Federal por meio do projeto “Amazônia Protege”.
O desmatamento por corte raso, que é a remoção total da Floresta acumulado na Amazônia até 2013 chegou a 762.979 km². A área é equivalente a 184 milhões de campos de futebol. Três vezes o Estado de São Paulo, 2 vezes a Alemanha e 2 Japões. São 23 mil novos focos de desmatamento todos os anos. Uma área extensa. O Brasil detém 69% da área Amazônia.
“É muito difícil os órgãos de fiscalização estar 24 horas ali. Eles os (devastadores) se aproveitam dessa questão circunstancial da distância”, informa a procuradora da República, MPF/RO, Gisele Bleggi.
De agosto de 2016 a julho de 2017 a Amazônia brasileira perdeu o equivalente a 162 mil hectares de floresta virgem. Estima-se que, até 2013, a área de floresta degradada pela exploração madeireira e pelo desmatamento gradual foi de mais 1.255.100 km². Mas se a soma for feita levando em consideração o impacto ambiental acumulado um total de 2.018.079 km², ou, seja 43,34% da cobertura original da floresta deixaram de existir. E sabe para quê? 65% da área desmatada viraram pasto para a criação de gado.
“O corte clandestino de árvores em unidades de conservação dentro de terras indígenas tem um valor econômico muito alto. E dependendo das áreas até a grilagem de terra, que logo após originarão em pastos”, denuncia a procuradora da República.
Os números fazem parte de um levantamento inédito apresentado pelo Ministério Público Federal de Rondônia, Icmbio e Ibama por meio do projeto “Amazônia Protege”.
“Um avanço. Porque nós não precisamos depender só dos órgãos ambientais irem e terem que autuar o infrator. Essa nova técnica com as imagens de satélite e cruzamento com bancos de dados já propõe a ação, independentemente de ter auto de infração de órgão ambiental”, esclarece a procuradora da República.
A primeira fase do projeto lançada em 2017 resultou na instauração de 1.088 ações civis públicas contra 1.001 réus, incluindo pessoas físicas e jurídicas. Nessa fase de fiscalização os pedidos de indenização ultrapassam os 2,4 bilhões de reais. Os laudos periciais que identificaram as aéreas foram produzidos a partir da análise de imagens de satélite e do cruzamento das informações com bancos de dados públicos.
A fase 2 do levantamento mostrou que, das 1.550 áreas desmatadas, 54 estão dentro de unidades de conservação federal e 18 em terras indígenas. Além disso, 644 polígonos estão situados em glebas federais. A investigação abrangeu os nove estados da região norte, que detectou o Pará como o campeão em número de áreas desmatadas, totalizando 47 mil hectares. Em hectares o mato grosso lidera o ranking, com 53 mil hectares de área devastada. Os estados de Rondônia e o Amazonas são responsáveis pelo desmatamento de 57 mil hectares, a sua maior parte florestas em unidades de conservação ambiental.