O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 7 de julho de 2025, que os EUA vão impor uma tarifa de 25% sobre as importações do Japão e da Coreia do Sul a partir de 1º de agosto. Trump revelou as duas primeiras cartas enviadas aos líderes dos dois países asiáticos em sua plataforma Truth Social, sinalizando o que ele descreveu como uma onda de envios a parceiros comerciais sobre as novas taxas.
Nas cartas, Trump afirmou: “Se, por qualquer motivo, vocês decidirem aumentar suas tarifas, qualquer que seja o número pelo qual decidam aumentá-las, ele será adicionado aos 25% que cobramos”. A taxa para a Coreia do Sul mantém-se como a anunciada inicialmente em 2 de abril, enquanto a do Japão é 1 ponto percentual mais alta. Anteriormente, Trump havia limitado todas as chamadas tarifas recíprocas em 10% até 9 de julho para permitir negociações, mas até o momento, apenas dois acordos foram firmados, com o Reino Unido e o Vietnã.
Negociações Intensas e Novas Cartas
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse nesta segunda-feira esperar vários anúncios comerciais nas próximas 48 horas. Ele mencionou que sua caixa de entrada estava “cheia de ofertas de última hora de países para fechar um acordo tarifário” antes do prazo final de 9 de julho. Não foi imediatamente esclarecido se outras cartas seriam tornadas públicas antes do prazo final de quarta-feira. Bessent não informou quais países poderiam obter acordos ou seus termos. Trump tem mantido grande parte do mundo na expectativa do resultado de meses de negociações. “Muitas pessoas mudaram de opinião em relação às negociações. Portanto, minha caixa de correio estava cheia ontem à noite com muitas ofertas novas, muitas propostas novas”, disse Bessent à CNBC. “Portanto, serão dois dias agitados.”
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou a repórteres que doze outros países receberão cartas sobre comércio, que também serão publicadas na plataforma Truth Social do presidente. Leavitt acrescentou que Trump assinará um decreto ainda nesta segunda-feira para adiar formalmente o prazo para as tarifas de 9 de julho para 1º de agosto.
Ameaças à União Europeia e ao Brics
A União Europeia busca um acordo comercial até 9 de julho, após uma “boa conversa” entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Trump, segundo um porta-voz da Comissão. Contudo, não está claro se houve avanço significativo para evitar o aumento das tarifas com o maior parceiro comercial dos Estados Unidos. Para aumentar a pressão, Trump ameaçou impor uma tarifa de 17% sobre as exportações de alimentos e produtos agrícolas da UE, conforme divulgado na semana passada.
Trump havia declarado no domingo (6) que os EUA estavam perto de finalizar vários pactos comerciais e que notificaria outros países até 9 de julho sobre as tarifas mais altas. Ele havia dito que elas não entrariam em vigor até 1º de agosto, um adiamento de três semanas.
Além disso, Trump colocou os membros do grupo Brics na mira enquanto seus líderes estavam reunidos no Brasil, ameaçando com uma tarifa adicional de 10% sobre qualquer país do Brics que se alinhar a políticas “antiamericanas”. O Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos. Uma fonte familiarizada com o assunto informou posteriormente que o governo Trump não pretende impor imediatamente essa nova tarifa contra os membros do Brics, mas fará isso se os países individualmente adotarem as chamadas ações políticas “antiamericanas”.
A UE está dividida entre pressionar por um acordo comercial rápido e leve ou defender sua própria influência econômica. Sem um acordo preliminar, as tarifas dos EUA sobre a maioria das importações aumentariam de seus atuais 10% para as taxas estabelecidas por Trump em 2 de abril. No caso da UE, isso seria de 20%. Von der Leyen também conversou com líderes da Alemanha, França e Itália no fim de semana, com o chanceler Friedrich Merz enfatizando a necessidade de um acordo rápido para proteger setores vulneráveis às tarifas, como automóveis e produtos farmacêuticos.