A Itália registrou, nesta quarta-feira (18), 475 mortes pela Covid-19, um recorde desde o surgimento da pandemia.
Nem a China registrou um número tão grande de mortos num só dia: 475. “Fiquem em casa ou não poderemos mais cuidar de quem adoece”. É o apelo dramático do governador da Lombardia. Através da rede de celulares, é possível ver que 40% dos milaneses ainda se movem diariamente, um percentual muito alto.
Quem sair de casa sem motivo essencial será processado por epidemia culposa, que prevê até 12 anos de prisão. O governo italiano deve anunciar medidas ainda mais rígidas.
Para entender a necessidade desse rigor, basta ver a situação nos hospitais. O João XXIII, em Bergamo, tem 530 leitos e está lotado; 80 são de terapia intensiva, onde a maioria está entubada.
O doutor Luca Lorini explica que, para evitar o contágio, os parentes só podem falar com os internados por telefone. É doloroso, mas é necessário e, muitas vezes, poucas horas depois recebem outro telefonema para avisar da morte.
Também segundo o doutor Lorini, um de cada cinco médicos e enfermeiros contrai a doença.
Foi pelos médicos e enfermeiros que morreram tratando doentes do novo coronavírus que o Papa Francisco fez a oração desta quarta-feira e, numa entrevista ao jornal “La Repubblica”, aconselhou as famílias a ficar unidas, a não desperdiçar esse tempo juntas.