Diante do fogo dos incêndios e queimadas criminosas na Região Norte, com ênfase nos estados mais destrutivos da floresta amazônica: Amazonas, Acre, Rondônia e Pará, os três primeiros detentores do chamado “arco do desmatamento”. A fumaça da destruição das matas nessas federações mostra ao próprio morador que as consequências de seus atos recairão, cedo ou tarde, sobre eles, e que ninguém estará imune aos danos e à revolta do bioma.
Exemplo? Os incêndios propagados nesses estados continuam causando transtornos na vida de toda a população, do Norte ao Sul do Brasil. Diante de uma seca tremenda, inclusive anunciada desde o ano passado pelo governo federal, brasileiros contribuem para aumentar o problema que tem como agravantes a seca dos rios na Amazônia, o calor excessivo, a falta de chuvas, incêndios e a fumaça resultante.
No Acre, a situação crítica fez milhares de estudantes saírem às ruas nesta quinta-feira [05] para exigir do governo estadual medidas que combatam as queimadas e os incêndios. A manifestação aconteceu justamente no “Dia da Amazônia”. “São a geração do futuro, então nada mais justo que manifestar por um ambiente favorável à vida”, disse em vídeo a repórter Lilia Camargo.
Hoje mesmo, o governador Gladson Cameli [PP] suspendeu, por meio de decreto, as aulas nas instituições estaduais até que a situação seja normalizada. Cerca de 500 quilômetros separam a capital Rio Branco de Porto Velho, em Rondônia. Aqui, o “Dia da Amazônia” não teve manifestação, e segue independentemente do problema das queimadas e dos incêndios criminosos no estado.
Não houve chamamentos nas ruas, apesar de Rondônia ser uma federação em risco, onde os próprios deputados estaduais atuam para derrubar leis que defendem o fim de reservas estaduais para áreas de desapropriação. Em Rondônia, pelo menos 10 delas seguiriam para esses fins, mas só não chegaram às vias de fato por conta de uma ação rápida do Ministério Público Estadual [MPRO], que foi derrubada por unanimidade no Tribunal de Justiça [TJRO]. “O fato de em Rondônia termos governantes que vêm reiteradamente querendo acabar com as UCs só demonstra o quanto os políticos do estado estão na contramão do desenvolvimento sustentável”, lamenta a ativista Ivaneide Cardozo, da Kanindé.