Uma publicação lançada pela conceituada revista norte-americana Nature tem causado um verdadeiro alvoroço entre aqueles que sonham com a reconstrução da Br-319. Construída na década de 70, a famosa pista federal liga por Porto Velho (RO) – Manaus (AM), por 877 km.
Uma pesquisa tem mostrado que a reconstrução poderá trazer danos irreparáveis não apenas para os moradores da Amazônia, mas a humanidade. De acordo com os cientistas que assinam o artigo, ao longo da floresta, “existe um reservatório de patógenos como vírus, fungos, bactérias e príons, todos agentes infecciosos capazes de causar doenças potencialmente fatais”.
Para os cientistas, a obra implicará em um corredor maior de pessoas, e com isso mais destruição da floresta tropical. O cenário já pode ser comprovado. “Estes fatores tendem a propiciar saltos zoonóticos que podem resultar em uma sequência de pandemias e no fortalecimento da disparidade na saúde pública”, disse Ferrante
No Brasil, os pesquisadores Lucas Ferrante, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), e Guilherme Becker, da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), concordam assinam a publicação e inclusive alertam para o desmatamento, queimadas e o alto risco de zoonoses (doenças infecciosas transmitidas dos animais para os seres humanos).
Além disso, os cientistas provocam a sociedade ao declarar que a pavimentação vai prejudicar as metas climáticas estabelecidas na COP-26, “ao acelerar a perda da biodiversidade no bioma, o que consequentemente afetaria a riqueza de potencial farmacológico que pode contribuir para a cura de diversas enfermidades”. Com informações de A Crítica e Nature.