Os meses de maio e junho já haviam batidos recordes de focos de incêndios na Amazônia brasileira, mesmo diante das promessas incansáveis do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) combater os crimes ambientais. Pesquisas recentes mostram que houve pequena redução de 27% na comparação com o mesmo período de 2020. Porém, nada tão significativo se os trabalhos de combate fossem efetivos.
Esta semana dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) trouxeram novamente o diagnóstico de uma tragédia anunciada. Julho registrou quase 500 mil focos de calor, haja vista que a cortina de fumaça se espalha no período em que existe um decreto proibindo o fogo no Brasil, desde 28 de junho deste ano.
Em 2021 já existiam alertas para um aumento de 17% na devastação. O que intriga a pesquisa é que 51% de todo o desmatamento acontece em terras públicas. A instituição mira os ruralistas ao afirmar que enquanto “as florestas seguem sendo destruídas, eles os ruralistas convencem a opinião publica e a comunidade internacional de que o Brasil está cuidando do meio ambiente”.
Integrantes dos Greeenpeace sobrevoaram regiões nos estados da Região Norte e mostraram que a Amazônia continua sob chamas. Cristiane Mazzetti, gestora ambiental da ONG, afirma que “é importante analisar os focos considerando também o desmatamento ocorrido recentemente na Amazônia. Muitas áreas foram derrubadas e degradada recentemente e devem ser queimadas recentemente nos próximos meses, quando a vegetação remanescente ficar mais seca e susceptível ao fogo”.
Entre os estados, o Greenpeace apontou Rondônia com (95%) e o Acre (29%) com aumento no número de focos. Já para o Amazonas, a ONG explica que o cenário algo preocupante. O aumento na devastação é superior à média histórica. Cristiane Mazzeti concorda que o homem tem empurrado a floresta cada vez mais para o seu limite filtrando o papel da floresta no enfrentamento das mudanças climáticas. A previsão é assustadora. “Estamos contribuindo para que extremos climáticos como os vivenciados ao redor do planeta e no Brasil tornem mais frequentes”, alerta.