O primeiro dia da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizada no domingo (17) pelo Instituto de Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelou um cenário de ausências, mais que o dobre de anos anteriores. Em todo o Brasil, cerca de 51,5%, dos 5 milhões de inscritos faltaram ao exame.
O ministro da Educação Milton Ribeiro declarou em coletiva, ainda no domingo (17) que o alto número de desistentes era associado, além da Pandemia do novo coronavírus a propagação de notícias pela “mídia contra a aplicação do exame”.
O Ministério da Educação (MEC) enfrentou cerca de 20 ações na justiça pedindo o cancelamento do Enem, perdendo apenas um caso: no Amazonas em que o sistema de saúde entrou em colapso devido ao recorde de casos de pessoas diagnósticas com a Covid-19.
Em Rondônia, dos 60 mil inscritos, 41.798, ou seja, 64,5% deles não foram fazer a prova que aconteceu em 22 municípios. O índice supera o nacional. O prefeito de Ji-Paraná havia decidido pela suspensão, mas de última hora o mandatário voltou atrás e liberou a aplicação do exame. Espigão D’Oeste e Rolim de Moura decidiram esperar. Nestes dois locais o Inep informou que vai reaplicar o exame para quase 4 mil estudantes.
Rondônia registrou o maior número de desistências, segundo o Instituto Anísio Teixeira. Por aqui a prova do Enem foi realizada para 23 mil inscritos em meio a um decreto de isolamento social restritivo, divulgado pelo governo estadual, na última sexta-feira (15).
A medida visa conter o avanço de casos e mortes e também de reinfecção pelo novo coronavírus, nas últimas semanas. Órgãos como o Ministério Público Federal (MPF); Ministério Público Estadual (MP/RO); Defensoria Pública da União (DPU) entraram com uma ação pedindo a suspensão das provas, mas o pedido foi negado pelo juiz da instancia federal.
A União dos Estudantes Secundaristas (UNE) informou mesmo antes já vinha se posicionando contrária a realização das provas no atual cenário de pandemia. Entrou com vários recursos, petições, mas o governo insistiu na data. “Estamos recebendo diversas denúncias de candidatos que se mostram prejudicados por terem sido impedidos de realizar a prova”, afirma Iago Montalvão presidente da Une.