A projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerada a inflação oficial do país, registrou uma queda de 5,80% para 5,71% este ano. Essa estimativa foi divulgada no Boletim Focus desta segunda-feira (29), uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) que reúne as expectativas das instituições financeiras em relação aos principais indicadores econômicos.
Para o ano de 2024, a projeção da inflação é de 4,13%. Já para 2025 e 2026, as previsões são de 4% em ambos os anos.
Vale ressaltar que a estimativa para este ano está acima do limite superior da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para 2023 é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o intervalo vai de 1,75% a 4,75%. De acordo com o último Relatório de Inflação do BC, há uma probabilidade de 83% de a inflação oficial ultrapassar o limite superior da meta em 2023.
Leia mais notícias de Economia.
A projeção do mercado para a inflação em 2024 também está acima do centro da meta prevista, que é de 3%, porém, ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 0,61%, influenciado pelo aumento dos preços dos medicamentos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado é menor do que a taxa de março, que foi de 0,71%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula um índice de 4,18%.
No que diz respeito aos juros básicos, o Banco Central utiliza a taxa Selic como principal instrumento para atingir a meta de inflação. Atualmente, a Selic está fixada em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), sendo o maior nível desde janeiro de 2017.
Segundo as expectativas do mercado financeiro, espera-se que a Selic encerre o ano de 2023 em 12,5% ao ano. Para o final de 2024, a projeção é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de que a Selic seja de 9% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é controlar a demanda aquecida, o que acaba impactando nos preços, pois juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Isso também pode dificultar a expansão da economia. No entanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir as taxas de juros cobradas dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Por outro lado, quando o Copom reduz a Selic, espera-se que o crédito fique mais acessível, incentivando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e estimula a atividade econômica.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, as instituições financeiras projetam um crescimento de 1,26% neste ano, elevando a previsão de 1,20% anteriormente.
Para o ano de 2024, a expectativa é de um crescimento de 1,30% do PIB. Já para os anos de 2025 e 2026, o mercado financeiro prevê uma expansão de 1,70% e 1,80%, respectivamente.
Em relação à cotação do dólar, a projeção para o final deste ano está em R$ 5,11. Para o encerramento de 2024, a estimativa é de que a moeda americana alcance o valor de R$ 5,17.