Autor: Emerson Barbosa
O Teatro Guaporé, em Porto Velho, Rondônia foi o palco para as apresentações memoráveis dos alunos da Escola ‘Tabernas das Artes’. Na coxia, alguns estudantes se mostravam um pouquinho nervosos, como aquele friozinho ao pé da barriga de toda primeira vez. “Um pouco nervoso, mas buscando me acalmar”, afirmava o aluno Paulo Henrique que encontrou no teatro uma forma de ficar mais à vontade e se livrar da timidez.
Na peça, ‘Ladra que Furta Ladra não Merece Pancada’, do dramaturgo Paulo Jorge Dumaresq, o agora ator Paulo Henrique viveu um (pai de uma família de classe média que mesmo diante de um padrão de vida) elevado, ver seus filhos e a esposa cometendo furtos com a chegada de uma amiga, mas ela também é flagrada pela empregada (Cacilda) cometendo os atos. A personagem foi interpretada por @yasxguillen.
“Eu andava meio desestimulada,não estava conseguindo dar uma personalidade pra Cacilda, no último segundo baixou uma personalidade. Gostei muito dos vídeos que recebi, achava que iria ser apática, mas deu tudo certo”, disse.
A obra é um dramalhão que no decorrer vai instigando os atores a revelar os furtos pessoais praticados dentro daquele ciclo familiar.
Relacionamento de fachada, oportunismo, sexo, traição e muito mau-caratismo. Tudo isso foi mostrado pelos alunos na obra “À Noite Todo gato é Pardo”, de Carlos Antônio Soares.
O espetáculo abordou o cenário em torno de uma família (rica em que o personagem ‘seu Geraldo’) vive o centro das armações juntamente com atrapalhada ‘Dinorá’, uma empregada doméstica que entende tudo errado e acaba colocando todos em uma grande enrascada. O aluno Emiliano deu vida a Geraldo foi uma das estrelas da noite. Ele já até projeta voos mais altos. “Quero muito apresentar um monólogo, já tenho inclusive o texto em mente.”
A peça com duração de 1h15 fez o público gargalhar bastante com a presença de Amarildo, o peão e de Zé Carlos, um aspirante a político. A obra original foi lançada em 2013, em São Paulo, e segundo o diretor Ricardo Rizo, trata-se de um espetáculo que gira em torno das mulheres do haras.
A noite era mesmo dos estudantes da Tabernas das Artes que colocaram em prática os ensinamentos nos meses de aprendizado. Bastante envolvido, o teatrólogo e professor da instituição, Jonathan Ignácio não escondia o orgulho dos pupilos.
“O exercício teatral, como puderam perceber, exige preparação e coragem. Todos vocês, que subiram no palco do teatro, são corajosos e comprometidos. Isso me deixa satisfeito, feliz e orgulhoso”.
Finalizada pela interpretação dos atores Álien e Mathrus, a obra ‘Assassinato à Bolonhesa’, de Carlos Antonholli, uma tragicomédia narrou uma conversa entre dois garçons vindos do interior para tentar a sorte na cidade grande, mas acabam suspeitos de matar o patrão, dono do restaurante em que ambos trabalhavam.
O palco também foi das crianças e dos adolescentes contracenando com – textos que fizeram o público meditar quanto a existência em sociedade. A turma mostrou que o preparo didático e/ou prático oferecido pela ‘Taberna das Artes’ já podem conferir-lhe aos trabalhos comerciais e peças teatrais.
“Sensação de alívio, felicidade e muito orgulho pelo trabalho que vocês apresentaram no sábado. Cada um mostrou, na sua particularidade, seus talentos de forma primorosa. E que venham muitas outras apresentações”, destaca a coordenadora da Taberna das Artes, a atriz Gisele Nascimento.