AÇUANÓPOLIS, Canutama (AM) – A presença contínua de elementos estranhos rondando estradas vicinais e ramais de acesso a vilarejos dessa parte do Sul do Amazonas ao longo da BR-319 elevou a tensão entre os habitantes locais depois da última tentativa de assalto a um carro-forte.
À época, dois vigilantes da Empresa de Transporte de Valores foram baleados na troca de tiros com os bandidos e um deles morreu uma semana depois do episódio, o terceiro registrado a menos de dois anos no acesso à cidade de Humaitá, a 200 quilômetros distantes da Capital rondoniense.
– Os estranhos, em número de cinco ou variados, são vistos constantemente entrando e saindo de áreas de fazendas da região do Projeto de Assentamento Joana D!Arc, quilômetros 13, 17, 22 ao 140 da BR-319, revelam assentados do INCRA.
Do grupo que teria assaltado o carro-forte da PROSSEGUR, pelo menos um vem sendo visto nos arredores de uma fazenda invadida, numa área Isolada do Ramal do Mucuim, no quilômetro 42, da BR-319, segundo os nativos da região.
Desde que houve o assalto, 'elementos aparecem em carros de luxo, freqüentam bares e restaurantes caseiros, pagam a conta com nota de R$100 e não reclamam de troco, assegura garçonete anônima de um barzinho à altura do quilômetro 72 no rumo de Humaitá.
Com 'fama' de bem informada sobre o que se passa na BR 319, suas vicinais e ramais às agrovilas locais – graças à amizade com viajantes, especialmente, madeireiros, toreiros, vaqueiros e fazendeiros do Cone Sul de Rondônia – a fonte revelou que, ultimamente, há um pessoal muito forte de uma empresa do Noroeste de São Paulo no quilômetro 42, ao lado da primeira torre desativada da IDARON, 'que vem por aqui festar, só que tarde da noite'.
– E logo depois da gastança, na calada da madrugada, vaza para Porto Velho, em comboios de três a cinco carros de luxo, alertou admirada a mesma fonte.
Na área, atualmente, ocupada por fazendeiros e madeireiros do Vale do Guaporé que migraram para os distritos de Jacy-Paraná e à Vista Alegre do Abunã, vem sendo registrados sobrevôos de aeronaves de pequeno porte. Logo após essas supostas operações, geralmente de dia à noite, é intenso o tráfego de caminhões boiadeiros e veículos com tração.
De acordo com o que disse à Reportagem um perito aposentado de um órgão de investigação federal, em trânsito por Humaitá e Lábrea, depois que um suposto fazendeiro teria expulsado, a ferro e a fogo, um assentado das terras da União, 'uma pista de pouso clandestina teria sido explodida pela Polícia Federal na região'.