Porto Velho, RONDÔNIA – Apesar da negativa atribuída a órgãos de prevenção e repressão à participação de adolescentes em quadrilhas especializadas furtos e roubos de motocicletas na cidade, números extra-oficiais indicam que a Polícia detém estatísticas com índices que revelariam um crescimento vertiginoso deles.
Quase que diariamente, a Polícia Civil e Militar, respectivamente, conduz menores apreendidos acusados de furtos e roubos à mão armada nas ruas a veículos (duas e quatro rodas). Na Central de Flagrantes, qualificados nas autorias dos crimes são soltos ou encaminhados aos pais ou responsáveis.
– Há casos em que nas ações criminosas, há registros hilariantes que chegam a indicar a apreensão de menores por duas ou mais vezes durante o mesmo plantão e pela mesma guarnição, atesta ao NEWSRONDONIA um experiente Conselheiro Tutelar.
Além de conhecidos adultos envolvidos em roubos de motos, a presença de menores em supostas quadrilhas especializadas nesse ramo cresceu, em média, mais de 30% no ano passado e neste primeiro semestre, beira 15% só nas zonas Leste e Sul da cidade de Porto Velho, confidencia a fonte anônima já familiarizada com essa questão.
Parte de policiais civis e militares (ativos e inativos), ouvidos na condição de terem suas identidades não reveladas são unânimes em afirmar que, 'a Polícia faz seu papel apreendendo criminosos'. Na triagem, a frustração fica por conta do número muito grande de menores liberados pela outra porta das Delegacias, eles desabafam.
Diferentemente da Zona Norte da cidade em que as estatísticas não chegariam a impressionar Conselheiros Tutelares, Promotores de Justiça e Juízes da Infância e da Juventude, por conta e risco do número de apreendidos cai pela metade desde 2016-19, nas zonas Sul e Leste, 'as apreensões de marginais adolescentes mais que dobrou no período'.
Sem números reais que reflitam índices oficiais da violência e o recrudescimento da criminalidade no âmbito do quadro de adolescentes não apreendidos, mas que estariam envolvidos com as supostas quadrilhas especializadas, não só em roubos de motos, carros de luxo e bikes especiais, parte dos Conselhos Tutelares, Delegacias (Capital e interior), segundo fontes ministeriais, 'ao menos o roubo de motos e bikes top de linha seria sob encomenda'.
Oficinas, ferro-velho, garagens e revendas de peças e acessórios para carros, motos e bicicletas usados, segundo fontes policiais e de uma fonte credenciada em Conselho Tutelar, 'há, sim, quadrilhas especializadas induzindo adolescentes ao roubo de motos e bikes, além da inserção desses ao narcotráfico e depois, como numa ação continuada, os empurrando às revendas espelhadas pela cidade'.
Não raramente, as vítimas potenciais que perderam suas motocicletas, carros ou bikes para os soldados dessas quadrilhas, seja nas zonas Leste, Sul, Norte ou nas cidades do interior rondonienses, 'são surpreendidas horas depois do roubo com a venda de seus veículos em anúncios através pelo Facebook, WhatsApp ou mesmos pelo OLX.
– Há um dia para a caça e outro para o caçador, ironiza uma alta fonte policial que integrou nos anos 80/90, das operações de captura das gangues do brinco, machado e das bikes nas zonas Leste e Sul.
Segundo revelou, à época, integrantes dessas quadrilhas não passavam da faixa etária de 14 a 18 anos. Além dos crimes de furto e roubo de veículos se aventuraram no tráfico formiguinha de drogas (cocaína, maconha e LSD). 'Era o tempo das vacas gordas nos garimpos, onde a maioria dos pais era de garimpeiros que lotavam os bregas (Puteiros) Copacabana, Paissandú, Tartaruga, Anita, Maria Eunice e a lanchonete 24 Horas Arapuca, essa no Trevo do Roque', relatou a fonte.
Nos idos de 80, e no fim da década de 90, naquele período, quadrilhas de adolescentes considerados marginais eram apreendidas, 'mas os integrantes chegavam a passar uma boa e prolongada temporada detidos, ora varrendo delegacias ou carpindo logradouros públicos', completou a mesma fonte policial com largo conhecimento de causa.
Historicamente, o roubo de motos e bicicletas na cidade de Porto Velho, direta e indiferentemente, supostamente sempre viria contando com a participação de adolescentes marginais. A maioria é apreendida e logo a seguir, liberada pelos fundos das delegacias especializadas. Com eles, bicicletas, motocicletas, celulares, TV, Som, filmadoras, Notebooks, câmeras fotográficas ou mesmo botijões de gás de cozinha.
Segundo a mesma fonte policial, operações são desencadeadas após os roubos anunciados através do 190 do CIOP (Centro de Informações e Operações da Polícia Militar)e com os adolescentes que integrariam supostas quadrilhas especializadas geralmente, são apreendidos com motocicletas, carros e bikes, além de drogas (cocaína, maconha, êxtase, LSD ou Skank), eletrodomésticos e mesmo celulares (o roubo mais comum), os chamados produtos dos furtos e roubos dos delitos de cada autor desses crimes.
Na maioria das apreensões de adolescentes considerados marginais, as polícias (civil, militar e federal, após os procedimentos nas delegacias, os acusados se reportam às guarnições por entrega de comparsas suspeitos de roubar e adulterar placas e chassis de motos roubadas. Inclusive em algumas situações, protagonizarem anúncios em sites de compras, 'onde exporiam os produtos de roubo das vítimas'.
Como exemplo da fragilidade do suposto sistema preventivo adotado pelo aparelho sócio-educacional e policial de Estado, mesmo com essas informações à mão, 'conselheiros tutelares e agentes policiais que atuam no front das operações, ainda assim, têm dificuldades para reprimir as ocorrências', sobretudo nas periferias Sul e Leste. Além dos Distritos e zonas ribeirinhas.
A cidade de Porto Velho com mais de 40 quilômetros quadrados de malhas viárias muitos quadriláteros compostos por ruas, avenidas e travessas não interligadas, tem se mostrado um cenário ideal para o sumiço misterioso de carros, motos e bikes logo o registro das ocorrências de roubo, do centro às periferias.
Por conta e risco das supostas vítimas de roubo dos veículos que chegam ao conhecimento da Polícia em geral, grupos de interesse até contratam investigadores e detetives particulares. Geralmente, em vez de atribuírem ao Estado o papel da investigação, 'preferem ir de oficina a ferro-velho à cata de seus bens e, raramente, encontram peças de motos desmanchadas ou placas de veículos furtados'.
Nos casos que envolvem adolescentes marginais, cooptados ou não por supostas quadrilhas especializadas em roubos de motos ou de carros, o uso de mão-de-obra adolescente, diz policial acreditado no Sul do Amazonas, 'em depoimentos, os puxadores (ladrões) usaria ferramentas feitas por mecânicos e no caso das armas, as mãos comuns seriam adaptadas'..
Enfim, em verdade, o roubo de motos, bikes top de linha e carros na Capital rondoniense cresce, em média, 30% quando a mão de obra empregada pelas supostas quadrilhas especializadas utiliza adolescentes marginais, revela o mesmo agente policial do lado amazonense.