A entrega dos certificados aos doze internos do Centro de Recuperação de Dependentes químicos Missão Kadosh ocorreu na manhã da última sexta-feira (18), na própria instituição onde o curso de charqueado foi ministrado. Durante quarenta horas eles aprenderam técnicas de salinização e processo de conservação. Além disso, de acordo com o instrutor José Irácio, o empenho da turma possibilitou que o ensino fosse estendido a outras áreas e os aprendizes ainda receberam orientações sobre produção de linguiça e desossa de frango. “A turma se empenhou muito. A maioria deles é da zona rural do município e alguns já até trabalharam com açougue e isso facilitou o aprendizado. Por isso, conseguimos avançar e ensinar mais do que estava previsto.” Afirmou Irácio.
A formação ocorreu através de mais uma parceria entre a Prefeitura de Ariquemes, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMA), com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e Sindicato Rural, que já capacitou mais de setecentas pessoas desde 2018 quando os cursos começaram a ser ofertados gratuitamente. O secretário da SEMA, Vilmar Ferreira, afirmou que o objetivo desta formação vai além de capacitar mão – de – obra para o mercado de trabalho e estimular o empreendedorismo em Ariquemes, pois também tem foco na reinserção social dos internos . “ Eu não consigo ver a secretaria sem parceria e a cada vez que a gente conclui um curso com o de hoje eu me convenço ainda mais disso. Este curso, de uma forma especial, trabalhou com pessoas ainda mais necessitadas, que são os dependentes, porque a gente tá resgatando a dignidade de pessoas que até então estavam sendo deixadas para segundo plano.” Afirmou Vilmar.
Thiago Viola, pastor e diretor do Centro disse que a seleção dos participantes obedeceu o critério de tempo de internação acima de três meses, por estarem mais próximos da conclusão da terapia. “O tratamento aqui na unidade compreende entre nove a doze meses, então aqueles que já estão numa segunda fase do tratamento, após os três meses, a gente faz essa seleção para que eles possam começar a fazer esses cursos e depois usar no mercado de trabalho, lá fora, junto à reinserção.” Explicou Thiago.
Dilermando Teodoro, presidente do Sindicato Rural, disse que a decisão de levar os cursos aos internos partiu da detecção de que a maioria advém da zona rural de Ariquemes. “Infelizmente a dependência química também chegou na área rural, então eu acredito que aqui estamos atingindo dois objetivos : não só a reintegração desses jovens no mercado de trabalho e no convívio com a sociedade, mas também uma maneira de profissionalizá-los.” Concluiu Dilermando.