Porto Velho (RO) – Abandonada pelo poder público, a Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), apesar das datas confusas para inauguração do trecho de 2,3 quilômetros a serem percorridos pela Litorina (vagão a motor), deve criar uma grande expectativa para impulsionar o turismo nesta Capital.
Previsto, inicialmente, par ser entregue ao público dia 5 pretérito, após a entrada da Fundação Cultural (Funcultural) na agenda do evento, ‘ocorreram dois adiamentos’, o que deixa turistas, autoridades e comunidades confusas diante das mudanças à data oficial à cargo do cerimonial da Prefeitura.
No contraponto à programação oficial, segundo ferroviários, ‘o evento deveria ser inaugurado dia 5 passado, pulou para 24 e agora, de acordo com o gabinete do prefeito, o ato será desfechado no dia 9 de junho’.
Com as mudanças de datas anunciadas pelo presidente da Fundação Cultural (Funcultural), museólogo Antônio Ocampo, “comunitários, turistas e autoridades têm demonstrado dúvidas quanto à verdadeira data do ato inaugural da Litorina’, admite conhecido ferroviário remanescente barbadiano.
Data oficial à parte, de Brasília, o Vice-Presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (ASFEMAM), George Telles de Menezes (Carioca), lembra que ‘tudo o que está acontecendo é resultado da luta dos ferroviários’. Há décadas, o poder público e político são provocados pela entidade que, ainda hoje, não local adequado para funcionar.
Segundo ele, a retomada da ligação do trecho de 2,3 quilômetros passando pelo Museu Rondon, Igreja Candelária ao antigo Cassarão dos Ingleses, trata-se da parte primeira tratada com a Presidência da República através do Diretor Nacional de Ferrovias do DNIT, Marcelo Chagas.
Carioca disse que, a retomada desse trecho com a volta da Litorina sobre os trilhos ‘nos traz uma grande expectativa para impulsionar, nessa ação da ASFEMAM, o turismo na cidade de Porto Velho sobre os trilhos da nossa Ferrovia do Diabo, estagnado desde a desativação total em 1985’.
PÁTIO FÉRREO NUNCA FOI ORLA FLUVIAL – O CORREIO DE NOTICIA foi às ruas e apurou que, ‘a mudança da data da inauguração, deixou muita gente confusa’. Muitas pessoas, em trânsito, pretendiam participar do evento do dia 24. Por conta e risco dos organizadores, perderam a oportunidade porque teriam que viajar.
A retomada da Litorina começou ante a promessa do prefeito Hildon Chaves que, já em 2017, se dizia não seguir as linhas originais do projeto da revitalização do Complexo Ferroviário.
No antigo traçado, as características originais seriam mantidas inalteradas e a Ferrovia revitalizada de acordo com o projeto já entregue ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN), em Brasília. Já o projeto da Prefeitura insistia na construção de uma cascata, barzinhos, restaurantes e um mini-supermercado, a exemplo das Docas do Pará.
– As Docas do Pará nunca foram ferrovia, sentenciam arquitetos ligados ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), ouvidos sob anonimato pelo CORREIO DE NOTÍCIA.
Por outro lado, a volta da Litorina, na opinião do presidente da ASFEMAM, José Bispo de Morais, 86, ‘ vem sendo aguardada com grande ansiedade pela comunidade, turistas e autoridades’. Segundo ele, “nosso projeto, também, é inaugurarmos novos trechos em módulos ou toda a ferrovia até Guajará-Mirim, graças à intervenção do presidente Bolsonaro junto ao DNIT’.