Durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira na Câmara dos Deputados, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) reforçou o apelo pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o chamado “Roubo dos Aposentados” — um esquema que envolve fraudes sistemáticas contra beneficiários do INSS, com destaque para descontos indevidos e empréstimos não autorizados.
O requerimento da CPI já conta com o apoio de 185 parlamentares, superando o mínimo regimental de 171 assinaturas exigidas. Ainda assim, a abertura da comissão depende da autorização do presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), cuja base eleitoral,, é no estado com o maior número de vítimas desse tipo de crime: a Paraíba.
Durante sua fala, Chrisóstomo destacou a gravidade dos fatos, apontando a omissão institucional da presidência da Câmara em atender à demanda legítima da sociedade. “É inadmissível que o Parlamento silencie diante de um crime continuado contra aposentados e pensionistas.”, afirmou o parlamentar.
A cobrança ganha ainda mais força após declarações recentes do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que admitiu, em audiência da Comissão de Previdência, ter ciência dos desvios desde 2023. Para Chrisóstomo, essa confissão enfraquece a permanência do ministro no cargo. “Não é possível manter à frente do ministério alguém que teve conhecimento de fraudes e não agiu com a devida urgência. O silêncio administrativo contribuiu para que esse esquema se expandisse”, pontuou.
A crítica também resgata um histórico de engavetamentos de CPIs na Câmara, como ocorreu com o projeto da anistia, que mesmo após alcançar o número de assinaturas, foi engessado por falta de consenso entre as lideranças. “Não podemos permitir que a proteção de interesses políticos se sobreponha ao interesse público. O povo exige respostas. Queremos saber quem roubou, como foi feito, e que os responsáveis sejam punidos”, concluiu Chrisóstomo, convocando o apoio da sociedade para pressionar o Legislativo.