Nesta segunda-feira (21), o silêncio tomou conta do Vaticano e do coração dos fiéis: faleceu, aos 88 anos, o Papa Francisco. Jorge Mario Bergoglio, o primeiro papa latino-americano e jesuíta, encerra sua jornada terrena após uma vida inteira dedicada ao Evangelho, à justiça e à compaixão.
A confirmação da morte foi feita com profundo pesar pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Santa Sé, que recordou o legado do pontífice: “Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.”
Francisco vinha enfrentando uma série de complicações de saúde, entre elas uma pneumonia que exigiu longas internações e cuidados intensivos. Mesmo em estado frágil, manteve-se firme na missão de guiar espiritualmente milhões de pessoas e chegou a gravar um áudio de agradecimento pelas orações recebidas, com a serenidade de quem sabia que o fim se aproximava. “Está tudo pronto”, disse em uma de suas últimas declarações públicas.
Eleito em 2013, Francisco não apenas liderou a Igreja — ele a transformou. Com gestos simples e palavras firmes, foi a voz dos pobres, dos imigrantes, dos esquecidos. Enfrentou a dor, os escândalos e os desafios da modernidade com coragem e fé. Recusou os palácios, escolheu a humildade. Recusou o poder pelo poder, escolheu o serviço.
Pediu que seu funeral fosse simples, e que seu corpo fosse sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, fugindo da tradição papal de sepultamento em São Pedro. Um último ato de desprendimento e devoção.
Hoje, o mundo se despede não apenas de um papa, mas de um homem que ensinou que a grandeza está na humildade e que a fé se vive no amor concreto ao próximo. Francisco parte, mas deixa acesa uma luz — a de uma Igreja mais humana, próxima e viva.