Durante prestação de contas feita pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau/Ro), uma informação repassada pelo atual gestor da pasta saúde, Luiz Eduardo Maiorquini pegou a população de Rondônia de surpresa. Ao ser questionado pelo jornalista da Rede Tv! Emerson Barbosa, sobre o dinheiro anunciado pelo governo para a construção do Hospital de Urgência e Emergência (Heuro) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o gestor da Sesau, afirmou que o dinheiro não existiria mais e que foi perdido pelo Estado.
“Esse dinheiro era um repasse, inicialmente do BNDES a titulo de empréstimo pelo Estado de Rondônia que por conta das circunstancias que vem acontecendo no país, não há mais essa linha de financiamento, hoje”, revelou.
De fato o HEURO até agora só existe mesmo no ‘projeto’ e na maquete que está na recepção da policlínica Oswaldo Cruz (POC). Com quatro andares o complexo hospitalar ocupará uma área de pouco mais de 17.370,73 m². O dinheiro para o empreendimento vem de um empréstimo feito pelo governo estadual, que soma mais de 1 bilhão de reais do BNDES aprovado em 2011.
Em dezembro de 2013 o HEURO chegou a ter a pedra fundamental lançada, mas a suspeita de irregularidade no projeto levou a polícia federal (PF) a abrir uma sindicância para apurar as possíveis fraudes. Além disso, falhas contratuais levaram novamente o projeto a outro impedimento; desta vez pelo tribunal de contas (TC/RO). As alterações do contrato implicaram no projeto um aditivo a mais na obra, que de R$ 44 milhões hoje está estimada em R$ 70 milhões.
Na época o governador Confúcio Moura em seu ‘blog’ chegou a criticar a própria administração. Em fevereiro de 2015, Confúcio relatou que a construção caminhava devagar demais, e que ele tinha pressa para entregá-la.
Na época Moura inclusive deu prazo: julho de 2016. Na publicação do ex- chefe do executivo e eleito senador da república na campanha de 2018, também mencionou a importância do hospital para ‘a população, ‘pacto’ feito por ele durante a campanha eleitoral de 2014.
No DER, a culpa pelo atraso da obra do EURO é exclusiva do ‘sistema’. Entre os impasses que teriam levado ao atraso da obra de construção do Heuro, o gestor do DER e DEOPS, aponta a contratação de uma empresa ‘idônea’ para começar e dar prosseguimento ao serviço. Durante prestação de contas em dezembro no prédio do Ministério Público Estadual, o secretário de Estado da Saúde, Luiz Eduardo Maiorquini, informou a reportagem desconhecer do dinheiro alocado para a construção do Hospital.
Infelizmente para quem depende da saúde pública como é o caso de quase todos os rondonienses, a gestão Confúcio Moura entra em 2018 dando adeus ao segundo mandato sem solucionar o problema da saúde pública de Rondônia, uns dos principais ‘gargalos’ do início da gestão.