Os antigos judeus tinham o hábito de restaurar um odre, recipiente onde se armazenava o vinho. O revestimento deste barril, era feito de couro e com o tempo se desgastava e necessitava ser substituido, pois perdia a elasticidade. Se o vinho novo fosse colocado neste odre envelhecido, rompia-se o odre e perdia-se o vinho. Foi exatamente tomando este exemplo que Jesus estabeleceu um paradigma:
Temos mindset , ou modelos mentais que deverão ser descartados como roupas velhas, que não cabem mais no corpo. “Como o homem imagina na sua alma assim ele é”. Somos aquilo que pensamos. Somos resultado das nossas crenças e cultura.
O novo Brasil que vem pela pela frente deve trocar os “remendos velhos”, os antigos pactos da política, as alianças profanas. Mas as mudanças não podem acontecer apenas no topo. Ela começa aqui na base, na minha forma de pensar, no que eu faço com a liberdade que tenho, como assumo os riscos.
A mudança para o Brasil inicia na nossa mentalidade e não em Brasília apenas. Quando os antigos hebreus saíram da escravidão egípcia, para entrar na nova terra, precisaram passar por um ritual cirúrgico, de remoção do prepúcio. A cirurgia é dolorosa e necessária.
O vitimismo tem que ser banido dos currículos escolares, a educação paternalista e com os resquícios do muro de Berlim deve ser descartada. A “síndrome do jardim do vizinho é sempre melhor” tem que ser desconstruída. O nosso principal problema é de mentalidade. A responsabilidade pelo nosso sucesso ou fracasso é o nosso livre arbítrio dado por Deus.
A deputada Maria do Rosária culpou Jair Bolsonaro pela pobreza no Brasil, é um novo modelo de vitimismo social inaugurado pela reegenharia do “nós contra eles”. É uma forma de continuar agarrado a um barco afundado. Odre velho que tem que ser jogado no lixo, sem direito a reciclagem.
Tem uma pequena palavra no grego clássico, para mudança, é metanóia , que significa mudança de mentalidade e está num dos escritos de Paulo de Tarso à comunidade de cristãos de Roma: “Transformai-vos pela renovação da vossa mente para que experimenteis, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.1).
“Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim”. (Sócrates)
João Belarmino dos Santos
É Pedagogo, e MBA em Administração Pública(FGV) e professor na UNIP