A Rede Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação tem orgulho de anunciar uma das suas iniciativas recentes mais importantes: a criação de uma coalizão internacional latina de participação no jornalismo. Ela englobará dois projetos de extremo destaque: a Red de Periodistas AfroLatinos e uma parceria com o América Futura, do jornal El País, para envio direto de reportagens.
Os projetos vêm em um momento no qual a Rede deseja ampliar ainda mais seu sucesso em conectar jornalistas negros de todo o mundo. A Red de Periodistas atuará com nomes fortes do jornalismo brasileiro, como Denise Mota, Dennis de Oliveira e de outras nações, como a peruana Sofía Carrillo, a argentina Sandra Chagas e o uruguaio Eduardo Delgado.
Dentro da criação da Red, que fortalecerá e incentivará a internacionalização de pautas oriundas de jornalistas brasileiros, há um outro projeto fruto deste objetivo: a parceria com o América Futura, seção do jornal El País voltada para a sustentabilidade e o jornalismo de impacto. Por ele, jornalistas negros brasileiros — e de outros territórios latinos — podem enviar suas pautas e reportagens diretamente para o veículo, garantindo uma repercussão internacional.
Através de um formulário na página da Rede, os jornalistas preencherão a pauta, com nome completo, localização e o texto que será enviado para análise da Rede. Assim que avaliado, e se aprovado, será publicado no América Futura e o profissional imediatamente remunerado pela matéria. Os textos poderão ser enviados tanto em tradução própria já do espanhol como em português.
Marcelle Chagas, coordenadora líder da Rede JP e também parte da Red de Periodistas AfroLatinos, ressalta a importância do coletivo internacional — que embora atualmente tenha profissionais fixos em atuação, é aberto para outros comunicadores latinos negros entrarem — e da validez da parceria com o América Futura para o jornalismo brasileiro e latino racializados.
“Certos acontecimentos nos cruzam ao redor do mundo da mesma forma. Ao trocar essas experiências, conseguimos identificar o que pode ser interessante para o Brasil, e experiências nossas podem ser interessantes [para jornalistas em outros países] também.”
Denise Mota complementa dizendo que a Red e a parceria com o América Futura amplia um debate sobre a falta de diversidade na comunicação em outros países
latino-americanos, além de fortalecer a união entre a comunicação de países que acaba pulverizada.
“Existe não só esse vazio de conseguir articular na América Latina esse debate da diversidade comunicativa forma organizada, mas também que jornalistas afro em outros países estão muito sozinhos. Eles atuam de forma isolada ou em coletivos muito pequenos, enquanto no Brasil existem coletivos com mais de 200 pessoas, no mínimo, como a Rede Jornalistas Pretos. Existem projetos maravilhosos em vários países e estão todos desconectados. O Brasil, pelo tamanho de sua população negra e por já ter feito avanços nesse tema, tem uma ‘responsabilidade objetiva’ frente a seus vizinhos e pode contribuir compartilhando o trabalho concreto que tem sido desenvolvido no país e servir de lição e conexão aos outros.”
A implementação da Red de Periodistas e a parceria com o América Futura, do El País, reflete o compromisso da Rede JP em promover um jornalismo pautado pela diversidade, sustentabilidade e responsabilidade social. Com um propósito incessante de construir uma comunicação mais inclusiva e, agora mais do que nunca, globalmente conectada.