De início, a fala de Lula soou como um discurso onde ele demonstra que quer todas as entidades tomando parte na responsabilidade pelo combate e pela punição dos indivíduos que estão por trás dos crimes de incêndios no Brasil. “Sinceramente, se as pessoas estiverem cometendo este tipo de crime, a lei tem que ser exercida na sua plenitude”, dis

Lula também mostrou preocupação quanto à possível participação de indivíduos ligados aos incêndios na Amazônia, Pantanal e São Paulo. Ele não mencionou diretamente a identidade de ninguém, mas apontou para vídeos das falas do pastor Silas Malafaia, ferrenho defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro e organizador das marchas bolsonaristas na Avenida Paulista, como suspeito de incentivar as práticas incendiárias. “A gente não sabe e não pode acusar, mas que existe suspeita, existe. É importante não deixar de dizer para vocês que uma ‘pessoa’ muito importante na convocação dos atos na Avenida Paulista, [Malafaia] usou a palavra ‘vamos botar fogo no Brasil ou o Brasil vai pegar fogo’. Algo mais ou menos assim. Isso está na internet. O dado concreto é que, para mim, parece muita anormalidade. Algo me cheira a oportunismo”, declarou Lula.

A fala de Lula foi complementada pela do presidente do Senado Federal, o rondoniense Rodrigo Pacheco, que também foi convocado para a reunião na noite de terça-feira (17). Além de Pacheco, o governo federal chamou a cúpula governamental e entidades dos poderes Legislativo e Judiciário.

“Há uma compreensão no Congresso Nacional, com base em conversas que tive com muitos parlamentares, de que estamos, evidentemente, diante de um problema com consequências climáticas, de saúde e humanas. Mas há uma causa que é criminosa. É muito evidente, diante desse contexto e da quantidade de focos, que há, sim, uma orquestração mais ou menos organizada, cujo objetivo é incendiar o Brasil. Portanto, todos os esforços imediatos do governo federal, com a colaboração do Poder Legislativo, na nossa opinião, devem ser no sentido de conter o fogo e apurar as responsabilidades, instaurando tantos inquéritos quanto forem necessários para punir essas pessoas”, declarou Pacheco.