A prática leviana de atos burlescos oriundos de uma parcela privilegiada da sociedade, coloca de forma fútil e grotesca, a florestania amazônica em estado indolente de infortúnio e menosprezo social excludente.
Uma dessas práticas defraudadas e degradantes é de forma clarividente as nocivas mudanças climáticas que desenfreadamente prejudicam a originalidade dos ciclos das águas, resultando em secas e enchentes incessantes no ambiente planetário imensurável.
As águas dos rios Mamu e Abunã brotam os seus lençóis subterrâneos no Município de Santa Rosa del Abuná no Departamento de Pando, se entrelaçam silenciosamente na Região da Ponta do Abunã até despejarem suas fulgentes e suntuosas águas no rio Madeira, ainda na mesma região.
O Abunã e o Mamu vivem entrelaçados
Sem nenhuma balbúrdia ou barreira
Suas águas ensinam que na fronteira
Os laços não podem ser desatados
Os homens não devem ser postergados
Nem humilhados na sua liberdade
Tolerância, brandura e sensibilidade
São esteios que iluminam o ser
As águas ensinam que o bem viver
Deve ser a alma da coletividade
O embelecimento harmonioso do ecoequilíbrio ambiental evita de forma justa e consciente o anunciado ecocídio planetário. A união de todos no enfrentamento da crise hídrica declarada, constituem um relevante conjunto de ações para que ontologicamente possamos contemplar de maneira devaneante a poética estetizante das águas.