A justiça rondoniense marcou para o dia, 15/4, o julgamento do suspeito de matar o indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau. A audiência acontecerá no Fórum de Jaru em Rondônia, distante cerca de 300 km da capital. O julgamento, também marca o aniversário de quatro anos do assassinato do indígena, em abril de 2020. Ari, segundo investigações da Polícia Federal (PF) foi morto diante de um contexto banal com premeditação pelo assassino.

No inquérito, a justificativa do acusado para o crime foi que ele não gostava da presença de Ari em seu bar. Mas a declaração não convence a todos. A ativista e indigenista Ivaneide Cardozo, coordenadora da Associação Etnoambiental Kanindé, acredita na tese de um crime encomendado. “Há quatro anos, o Ari Uru-Eu-Wau-Wau, o guardião da floresta foi assassinado. Agora teremos o julgamento do assassinato dele. Minha preocupação é que o mandante do assassinato não seja condenado, declara.
Com a aproximação do julgamento previsto para o dia, 15 em Jaru, familiares, amigos e ativistas ligados com a causa ambiental, inclusive com a presença de Txai Suruí (Walela Soet Xeige) encampam uma série de manifestações com o propósito de enaltecer a memória de Ari Uru-Eu-Wau-Wau e por conseguinte por obter uma sentença adequada ao réu que desde a prisão tem a identidade em sigilo. “Eu clamo por justiça. Peço que todos nos ajudem a cobrar justiça pela vida de Ari”, enfatiza.
Painéis com a imagem do ativista assassinado, estão sendo afixados pela cidade interiorana com a seguinte pergunta: “Quem mandou matar Ari Uru-Eu-Wau-Wau?”
Ao News Rondônia, Neidinha Suruí confirma a atividade com as manifestações no início desta semana. “Vamos fazer manifestação e já no começo da semana estaremos colocando outdoor em Jaru”, finaliza.
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Com o julgamento do suspeito de matar Ari Uru-Eu-Wau Wau em curso, tese de um crime encomendado não é descartada