Durante a semana, ninguém na Fundação Cultural deste município quis se manifestar a respeito do monumento em homenagem aos soldados da borracha e seringueiros da Amazônia, já cravado entre às Avenidas Nações Unidas e Amazonas.
A Reportagem, desde que o assunto “viralizou” na mídia, esteve na pasta presidida pelo museólogo Antônio Ocampo, mas não foi possível obter informações sobre o projeto da estátua construída à revelia dos homenageados, nem mesmo a respeito de valores pagos.
Até essa quarta-feira (24), este site só obteve a confirmação que “o prefeito da cidade irá inaugurar o monumento, mesmo a despeito dos protestos dos soldados da borracha e seringueiros convocados e recrutados no governo de Getúlio Vargas, ainda vivos e que não aceitam uma imagem à semelhança de um suposto gaúcho”.
O presidente do Sindicato do Sindicato dos Soldados da Borracha e Seringueiros da Amazônia (SINDSBOR), em Rondônia, o piauiense José Romão Grande, 96 anos, natural da cidade de Parnaíba, reiterou, nesta quarta 24, “aceitamos a falsa imagem desse monumento construída à revelia de nossa gente”. Ele, bastante indignado, reprovou a iniciativa do prefeito por não ter consultado os mais interessados, os soldados da borracha e seringueiros.
Romão disse, ainda, que “o senhor Ocampo, por já ter ocupado várias pastas e cargos na gestão pública, deve saber muito bem que os soldados da borracha e seringueiros têm uma categoria organizada com sede em Rondônia”.
Para o presidente do SINDSBOR, “por falta de semelhança, a estátua vem sendo objeto de pilhérias na cidade e em Brasília, onde temos sido homenageados na qualidade de Heróis da Pátria cujos nomes estão inscritos no Panteão da Pátria”.
– Nunc vi nada igual e o que se vê com essa falsa estátua, num lugar que funcionava um porto de encontro 24 horas, é o retrato de um verdadeiro descaso com a memória dos Heróis da Pátria já falecidos e ainda vivos, arrematou José Romão Grande.
A preocupação toma conta da mente da categoria, “por conta e risco desse mau exemplo dado pela Fundação Cultural”, revela o líder dos soldados da borracha e seringueiros nacionais, ao insistir meter nossa goela a baixo um verdadeiro monstrengo de ferro e concreto.
– Chega a desorientar-nos sobre qual o conceito a municipalidade teria a nosso respeito, reitera José Romão.
Segundo ele, “nem mesmo os mosquitos da malária nos humilharam tanto”, apesar das centenas de milhares de mortes abruptas, ora pela doença, ora por animais selvagens.
Sentindo-se posto em verdadeiro descaso, do alto dos seus 96 anos de idade, José Romão Grande, confessou surpreendido com a atitude do presidente da Fundação Cultural e do prefeito por permitir tal projeto seguir na dianteira da história e da cultura seringueira da Amazônia.
Enfim, ele lembrou que na Grécia, Roma e Troia Antiga, “todos os homenageados passavam por um processo de pesquisa profunda sobre nomes, valores e do que haviam contribuído para engradece a Nação em viveram e moraram”.
Já em Porto Velho, aponta o combativo soldado da borracha e seringueiro do Piauí, “nossa história de vida e sofrimento, ao que parece está sendo joga no lixo e na lama pelo poder público, politico e por intelectuais que nada fazem para frear projetos dessa natureza”, finalizou o presidente do SINDSBOR.