Houve um intenso trabalho por agentes da Polícia Federal, Força Nacional e servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Detalhe, sem negociação, os invasores foram obrigados a deixar as terras da União. Imagens feitas do local, mostram casas que já tinham sido erguidas sendo consumidas pelas chamas.
A ordem era destruir qualquer vestígio que pudesse trazer novamente os invasores. A operação que ocorreu no início do sábado, 27/1, desmobilizou o acampamento e retirou as famílias. Pelo menos 30 policiais integraram a ação denominada tapy’inha. “Houve vistoria e revista, mas não foi encontrado nenhum tipo de armamento. Com isso foi dada a ordem para que o acampamento fosse desfeito e os invasores se retirasse. Aconteceu certa resistência, mas mantemos a ordem que foi cumprida”, esclarece o representante da Funai, Ramires Andrade.

Os invasores vinham se movimentando desde o dia, 22, quando aconteceu a entrada deles no território. “Desde 2023 temos monitorado a região com fiscalização ambiental e proteção territorial. No local, o clima era de tensão e hostilidade. Também eram mantidas as ameaças de invasões. Não foi surpresa. Aguardando essa situação, a Funai e Polícia Federal fizeram uma espécie de incursão para constatar a veracidade dos fatos”, explica.
Na semana, uma denúncia feita pela coordenação da Associação Entinoambiental – Kanindé, expôs o problema, inclusive com chances de conflito entre os invasores e policiais dentro da Terra Indígena Uru-eu-wau-wau. O alerta dos Uru-eu tinha como epicentro A (Linha C-5), região de Cacaulândia. O local estava sendo destruído por piratas da terra e madeireiros.
A estimativa aponta para aproximadamente de 50 indivíduos entre homens, mulheres e crianças. Ainda segundo informações, essa não é a primeira vez, inclusive já ocorreu operações de combate da Polícia Federal entre os anos de 2017 e 2018. Na época, foram detectados organismo similares atuando da mesma maneira. Para o advogado, a prática de invasão é similar. “No caso desta, primeiro vem a invasão e ocupação do território. Hoje, vimos a situação de ‘invasão’ com a abertura de picadas, demarcando lotes. Existia uma expectativa de logo mais ocupar o local com o estabelecimento de famílias”, declara.
Para o representante da Funai, o advogado, Ramires Andrade, o grupo flagrado é conhecido por atuar nesse tipo de ação. O detalhe é que costuma agir com frequência no território indígena. Outo dado trazido pelo dirigente, aproxima os invasores de empresários e políticos.

Na operação coordenada pela Regional da Funai de Ji-Paraná, a Força Nacional enviou para o local cerca de quatro guarnições. Ainda segundo nota, a operação ocorreu simultaneamente, além do local que fica na região da Linha C-5, município de Cacaulândia, Theobroma e Governador Jorge Teixeira. No município, houve a prisão de um homem. Ele foi acusado de pertencer a organização criminosa. A ligação do suspeito seria com o contrabando de produtos veterinários.
