Há exatos 52 anos, no dia 08 de dezembro de 1971, a cidade de Guajará Mirim, carinhosamente apelidada de “Pérola do Mamoré” pela sua localização privilegiada na margem direita do Rio Mamoré, fronteira com a Bolívia, testemunhou um marco histórico: a inauguração da Catedral Nossa Senhora do Seringueiro. Este evento não foi apenas um momento de celebração religiosa, mas também um importante passo na consolidação da identidade cultural e histórica da região.
A pedra fundamental dessa suntuosa catedral foi lançada em 1956, uma visão concebida por Dom Xavier Rey. A necessidade de um novo local de culto emergiu diante da limitação da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a única igreja católica na cidade na época, que já não conseguia mais acomodar todos os fiéis.

Hoje, a Catedral é reconhecida como Patrimônio Histórico de Rondônia, não apenas por sua imponência arquitetônica, mas também pelo seu valioso conteúdo artístico. No interior da catedral, os visitantes encontram imagens e gravuras que homenageiam a principal atividade econômica da região durante a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré: a extração do látex pelos seringueiros.
O destaque da obra fica por conta das impressionantes talhas de madeira, meticulosamente esculpidas pelo talentoso e jovem artista boliviano Julio Cesar Cunavi Pariqui. Dentre suas contribuições estão a pia batismal, as talhas dos 15 passos da via sacra, o parlatório e o sacrário, todas peças que compõem o mais significativo conjunto artístico de Guajá-Mirim.
Assim, a Catedral Nossa Senhora do Seringueiro não só se mantém como um símbolo religioso, mas também como um testemunho vivo da rica história e da vibrante cultura de Guajará Mirim, atraindo não só os fiéis, mas também admiradores da arte e da história brasileira.