A COP28 que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, vem ganhando um protagonismo reverso, do ponto de vista do objetivo. Não tem como negar a importância do evento. Afinal, das decisões tomadas pelos chefes globais dependerá a continuação da humanidade, se não quiser ter o mesmo fim dos dinossauros.
Até Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou, ao propor a [criação de uma COP-plus]. Seria uma espécie de segundo evento para tratar com a seriedade que as decisões merecem. A falta de chuvas no Brasil, a seca dos rios na Amazônia, mortes de botos, também na Amazônia, chuvas em excesso no Sul e Sudeste e calor acima dos 40ºC.
O cenário evidencia um combo perfeito para catástrofes anunciadas. Na corrida por uma solução, os países, principalmente os em desenvolvimento, reafirmam seus compromissos. O problema, segundo os ambientalistas, estaria nas nações que se colocam como desenvolvidas. Elas, estariam fugindo das obrigações.

Ainda no Brasil, Lula disse que não iria para a COP prometer, mas sim cobrar dos países seus deveres com o meio ambiente. Com dados das entidades ligadas ao Governo Federal, o chefe do Executivo nacional, pontuou os compromissos já cumpridos ao longo de quase 1 ano em seu governo. “O Brasil ajustou a sua INDC e se comprometeu reduzir em 48% as emissões até 2025, e 53% até 2030. Além de atingir a neutralidade climática até 2050. Nossa INDC é mais ambiciosa do que a de vários países que poluem a atmosfera desde a Revolução Industrial, no século XIX”.

À ambientalista rondoniense do povo Suruí, tem cumprido uma extensa agenda na COP28. O compromisso de Txai, na luta em defesa da Amazônia revela a preocupação da ativista em debater os problemas relacionados com o meio ambiente e principalmente aqueles que vão contra a Floresta Amazônica e os povos que nela habitam. Por parte de Txai, houve cobrança até para o presidente Lula.
A demarcação das terras e o desmatamento zero, em princípio, são pedidos de urgência pelos povos indígenas brasileiros. Txai também destacou a (aprovação pelo Senado do temido Marco Temporal). Em setembro, ministros do STF decidiram pela inconstitucionalidade. A rondoniense defende a permanência da originalidade antes da invasão pelos portugueses em 1500. “Nós tivemos a decisão da Suprema Corte que determinou que essa tese do Marco Temporal, colocando um limite na demarcação dos nossos territórios sem levar em consideração que o Brasil é terra indígena, que nós estávamos lá, antes da invasão”, informa.
Para Walela, mesmo diante da sentença da Suprema Corte, deputados da base ruralista tentam derrubar a decisão. “Ainda assim, o Congresso Nacional, com a sua maioria de deputados da bancada ruralista, inconformados com a decisão, decidiram continuar com esse projeto de morte que não traz apenas a tese do Marco Temporal, mas outras coisas tão ruins quanto”.