O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcou a edição deste ano com temas, digamos excluídos em períodos passados, principalmente, na gestão bolsonarista. A pasta, proibia qualquer alusão ao período fatídico da Ditadura Militar no Brasil, o que foi exposto nas provas de hoje.
Este ano, a relação da presença feminina foi bem ampliada em diversos campos. A redação, por exemplo, tratou da “invisibilidade do trabalho pelas mulheres”.
E por falar nelas, a questão de número 74, trouxe parte do discurso feito na COP-26, pela ativista ambiental e indígena Txai Suruí, de 26 anos, do povo Paiter Suruí do estado de Rondônia. Na fala, Txai relacionou a pronta atuação das autoridades mundiais, se ainda quisessem salvar o planeta. “O clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo e as nossas plantas não florescem como no passado. A Terra está falando: ela nos diz que não temos mais tempo”
O estudante tinha que associar o discurso a um dos cincos apontamentos que referenciavam a um problema global.
- Manejo florestal.
- Reciclagem residual.
- Consumo consciente.
- Exploração predatória.
- Reaproveitamento energético.
Na internet, Walela Soet Xeige, comemorou a inclusão de parte do depoimento na prova do Enem. “Acredito que isso significa que nossa luta está sendo ouvida de alguma forma e são preocupações que devem ser transmitidas para nossos jovens e crianças”, disse.
Ivaneide Bandeira, mãe de Txai, também descreveu de forma positiva a inclusão da fala da ambientalista nas provas do maior exame adicional para as universidades do Brasil. “Hoje milhares de pessoas conheceram uma rondoniense que está fazendo mudança no mundo com sua defesa do clima”.
Txai Suruí, ficou mundialmente conhecida após proferir um discurso cheio de cobranças para as autoridades do mundo. O palco foi na abertura da COP-26, em 2021, na cidade de Glasgow, Escócia. Na época, o discurso deixou furioso o ex-presidente Bolsonaro, pois associava a gestão dele aos crimes ambientais na Amazônia.