O projeto da ponte binacional que vai ligar as cidades de Guajará-Mirim (RO) e Guayaramerin (Beni), nesta parte do país, incluído no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo Lula, teve seu projeto suspenso. Medida é temporária. Segundo uma fonte, a suspensão que culminou no pedido de vistas, originou-se após a interferência de autoridades do próprio país andino.
Em uma reunião, com autoridades, no sábado (23), apoiadores favoráveis ao empreendimento, não descartam que a suspensão tenha ligação com uma possível interferência do governo federal boliviano contra o Estado Autônomo do Beni. No encontro, ficou definido que uma comissão composta por autoridade de alto escalão do governo, se encontraria, nesta segunda-feira, (25), para discutir o tema.
No início da tarde de hoje, após a reunião, uma coletiva de imprensa esclareceu alguns pontos definidos entre líderes do Comitê de Institucionalidade. O grupo promete manifestações e bloqueios de rodovias para pressionar o governo do presidente Luiz Arce.
“Vamos dar apoio total a institucionalidade beniana,inclusive convocamos bloqueios. Nós, buscamos o desenvolvimento do estado do Beni. O que mais queremos é a construção da ponte binacional Brasil/Bolívia”, disse um líder sindical.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e a senadora boliviana Neila Velarde Salas, o processo que culminou no embargo temporário, ocorreu, após autoridades da Bolívia, solicitar “vistas para analisar o projeto do empreendimento” ao governo brasileiro. O Brasil é o financiador da construção.
Em Guayaramerin, a informação foi recebida com surpresa pelos bolivianos, principalmente os moradores do departamento (estado) do Beni, que esperam ansiosos pela construção. Eles, acreditam que a ponta irá contribuir para alavancar a economia do estado.
“Nós benianos vamos rumo a um Beni com muito futuro. Hoje é a mudança, não amanhã. Queremos a Ponte que nos unirá ao desenvolvimento e ao bem-estar”, comemora Fernando Anderson Gutierrez, de Trinidad.
Historicamente, a ponte entre Brasil e Bolívia com acesso pelo estado de Rondônia, integra o acordo firmado no Tratado de Petrópolis, em 1903, no estado do Rio de Janeiro. No documento, o Brasil se comprometeu em restituir o país andino, em troca da anexação das terras que originaram o Acre.