Em meio a polêmica com o apresentador Fausto Silva, o (Faustão) que vem duramente criticado por brasileiros que o acusam de furar a fila do Sistema Nacional de Transplantes (SNTMS) ao ser beneficiado com um coração, a própria instituição, ligada ao Sistema Único de Saúde (SUS) se pronunciou, reafirmando a credibilidade e o respeito em torno do Sistema.
Numa reportagem feita pela Comunicação da Presidência da República (Secom), a coordenadora-geral do SNTMS, Daniela Salomão, explicou o que faz um cidadão ser doador e a outra, poder receber o órgão em pouco tempo – como aconteceu com o comunicador Fausto Silva. Faustão foi submetido ao procedimento no final de semana e se recupera bem.
“Os critérios que definem quem vai receber os órgãos são únicos. Dependem da condição clínica daquele paciente, da tipagem sanguínea, de peso, altura, idade, tempo que está em lista e critérios de gravidade”, diz a coordenadora na entrevista da Secom.
A condição geográfica é outro fator que implica. O implante de um coração e pulmão, por exemplo, conta somente com 4 horas – da extração no doador até o procedimento cirúrgico. “Um tempo bastante curto para organizar todo o processo. Quando a gente fala de transplante de fígado, sobe um pouquinho o tempo para oito horas, e no transplante renal, a gente consegue subir para 24 horas. Tem muita gente trabalhando nesse processo para a gente fazer no menor tempo possível, porque a gente sabe que, quanto menor o prazo, melhores os resultados do transplante”, declara.
Após a polêmica, o Ministério da Saúde (SUS) por meio da ministra Nísia Trindade, veio a público esclarecer as notícias, e pontuar a responsabilidade do Sistema de Transplante. Nísia declara que o “SUS é o maior sistema público de transplantes do mundo, que atende com igualdade a qualquer paciente, da rede pública ou privada”.
No início de 2023, houve um aumento de 16% no número de doadores, ou seja, mais pessoas acreditam na responsabilidade da doação. É importante destacar que o gesto de cada doador pode salvar até oito vidas.
Como ser um doador?
É preciso comunicar (ainda vivo, o desejo) de ser um doador, mas caberá a família decidir pela autorização. Só com o gesto é que a lista de espera que hoje perfaz 66.250 pacientes, em todo o território nacional tenha como diminuir. Na Região Norte, 2.167 pessoas necessitam de um transplante urgente. O estado de Rondônia com 382 pacientes, perde apenas para o Pará com 1573 cidadãos aguardando a generosidade de um doador para receber um órgão. Em seguida vem o Tocantins (175), o Acre (146) e por fim o Amazonas (66).
Da fila geral no Brasil, 35.488 é composta por homens contra 30.762 de mulheres. Os pacientes têm idades que variam de 0 até 65 anos +. Neste momento, a lista recorre a generosidade de doadores de rim (37.082), córnea (25.941), fígado (2.228), pâncreas rim (390), coração (380), pulmão (173), pâncreas (49) e multiviceral (7).