Em quase quatro anos no comando do Ministério do Governo, Eduardo Del Castillo Del Carpio, de 34 anos, parece entusiasmado com o trabalho que sua pasta tem realizado para frear o avanço do narcotráfico na Bolívia.

A atuação eficaz tem resultado em outros problemas. Castillo declarou que, há seis meses, pessoas vêm pedindo incessantemente sua demissão ao presidente Luis Arce. Ele aponta os bloqueios das estradas em Santa Cruz como pressão por parte do narcotráfico.
Na manhã desta segunda-feira (28), Castillo deu detalhes das apreensões e, principalmente, apontou os departamentos (estados) onde os cartéis intensificam a produção de entorpecentes. De 2020 até agosto deste ano, foram 1.804 fábricas destruídas, incluindo 83 laboratórios.
No enfrentamento pelo Ministério do Governo, foi possível identificar, por exemplo, a localização dos cartéis. O mapa detalha que, dos 9 departamentos, o narcotráfico mantém bases em Cochabamba, Santa Cruz, La Paz e Oruro. Também apoia pequenas ramificações criminosas nos estados vizinhos de Rondônia, Beni e Pando.
Del Castillo explicou que a atuação da pasta tem feito com que autoridades no país insistam em sua renúncia. Além disso, atribuiu os bloqueios nas estradas de Santa Cruz à pressão dos narcotraficantes contra a atuação do Ministério. O apoio da Força Especial de Luta Contra o Crime (FELCC) resultou na apreensão de 566 mil toneladas de cocaína, contra 1.257.300 toneladas de maconha.

Como parte das ações de combate, a Bolívia anunciou a apreensão de 146 aviões e 6 helicópteros. O levantamento também trouxe a destruição de 167 pistas clandestinas. Castillo informou que o principal problema verificado neste aspecto foi que “uma semana após, os criminosos retornam para reconstruí-las”.
Quanto às prisões, Castillo informou que, desde o início das operações, 8.912 pessoas foram presas. É o caso de Jesus Einar Limalobo, mais conhecido como “Dom Pulo”. Ligado ao “clã Limalobo”, uma das famílias de maior prestígio no narcotráfico na América do Sul, o narcotraficante está preso desde o dia 5 de maio de 2021 no Brasil. Ele cumpre pena por delitos associados ao tráfico de drogas.

Outro narcotraficante procurado pela polícia boliviana é o uruguaio Sebastián Marset, de 31 anos, apelidado de “narco da bola”. Líder de um cartel com atuação na Bolívia, Marset movimenta o comércio de cocaína para diversos países, inclusive a Espanha.
Desde julho, Sebastián e seu meio-irmão, Diego Marsset Alba, junto com Nestor Alfonso Vergara Antelo e Rony Suárez Milliet, são procurados dia e noite pela FELCC. Na semana passada, investigadores apontaram a presença de Sebastián na região de Guayaramerín, no estado do Beni. Para a polícia, o narcotraficante pode ter planejado uma fuga para o Brasil, entrando pela cidade de Guajará-Mirim, em Rondônia.