Com o Rio Madeira ao fundo, a 1ª ministra dos Povos Indígenas do Brasil, a maranhense, Sônia Guajajara destacava a sua agenda ministerial que teria a seguir com indígenas de Rondônia e do Sul do Amazonas. “Estamos aqui na beira do Rio Madeira, no Sul do Amazonas, na região de Humaitá. Já remos pegar a Transamazônica para reunir com indígenas da região”.
Na Aldeia Campinho, em Humaitá, distante 205 km da capital Porto Velho (RO), o encontro reuniu 18 etnias dos dois estados, o que totaliza aproximadamente 18 mil indígenas divididos em 200 aldeias.
Na solenidade, que também contou com representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Ministério do Desenvolvimento Sustentável, Direitos Humanos e parceiros, Sônia Guajajara, não hesitou ao pontuar o momento de histórico para os povos indígenas do Brasil.
“Estamos no ano de 2023, é um ano que nós consideramos histórico para a ‘história’ dos povos indígenas do Brasil, é um ano ‘histórico’ para a história da política brasileira”.
A frase é um grito de alívio, após sucessivos ataques no governo de Jair Bolsonaro, que inclusive é denunciado por ‘genocídio’ dos povos Yanomamis e de sucatear órgãos importantes como a Funai. “Isso é novidade pra gente, nós nunca tivemos este momento”, explanou a ministra.
Para o Ministério dos Povos Indígenas, o principal objetivo do encontro é entender as demandas de cada região. O trabalho tem contribuído para a construção de uma política que entenda o modo de vida e a cultura indígena. “São muitas questões acumuladas há 523 anos e o trabalho de escuta e conversa que está sendo realizado pelo Ministério dos Povos Indígenas é inédito e essencial para que todos os planos de ação sejam construídos a muitas mãos, com o nosso protagonismo e priorizando nossas necessidades”, destaca.
De Rondônia, o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Isaque Wajuru, também contabiliza os efeitos positivos do encontro. O Dsei é responsável pela manutenção dos polos de Guajará-Mirim, Porto Velho, Jaru, Ji-Paraná, Alta Floresta e Humaitá.