Carol Venâncio luta contra um câncer há 4 anos. Nesta semana, ela precisou travar uma batalha contra o preconceito. Ao deixar a filha no Colégio Notre Dame na última segunda-feira (30), ouviu da diretora-freira Loiva Urban que sua imagem era “agressiva”. O caso aconteceu em Brasília (DF).
A gestora da instituição de ensino particular sugeriu que Carol passasse a usar perucas ou chapéu. A irmã da vítima, Camila Venâncio, disse que foi à instituição assim que ficou sabendo do caso.
“A Carol estava chorando e me contou o que aconteceu. Na escola, a diretora ainda foi além e falou: ‘sejamos realistas, a imagem dela é assustadora'”, disse.
“Respondi que ela era assustadora. Que assustadores eram o preconceito e o ódio daquela senhora. A gente esperava que ela tivesse compaixão e nos acolhesse”, assinalou.
Desde que a mãe perdeu os cabelos com o tratamento de quimioterapia, a filha de Carol, de 11 anos, começou a sofrer bullying no Colégio Notre Dame – onde estuda há nove anos.
“Algumas crianças se afastaram dela, dizendo que têm “nojo” devido à doença da minha irmã. Isso trouxe muito sofrimento a todos nós”, relatou Camila no Facebook.
A mãe chegou a ir ao colégio sem lenços ou perucas, no primeiro semestre. Ainda antes das férias escolares, Carol procurou a coordenação da escola para pedir providências em relação ao bullying contra a filha. Ela teria, inclusive, sugerido fazer uma palestra no local para orientar as crianças.
Camila decidiu publicar um desabafo nas redes sociais em solidariedade à irmã. O texto repercutiu e recebeu milhares de curtidas.
“Minha irmã já luta contra o câncer há um tempo. Ela nunca se vitimou por causa da doença. É a mulher mais forte e incrível que eu conheço. Ela quer muito viver e viver com muita alegria. Carol Venâncio Duarte, você é meu exemplo de força e coragem, sua luz e bondade não serão abaladas por esse ser humano pequeno, que se diz uma irmã de Deus. Estou do seu lado, e vamos enfrentar mais essa”, escreveu Camila.
Colégio Notre Dame
O Colégio Notre Dame é uma instituição católica de ensino particular que pertence à Congregação de Nossa Senhora. Segundo a Congregação, a irmã Loiva Urban foi afastada da direção da escola após a repercussão do caso. Além disso, uma outra escola de Brasília ofereceu uma bolsa de estudos à filha de Carol.
