Por Emerson Barbosa
Na manhã desta terça-feira, 28 ruas de Brasiléia e Epitaciolândia, cidades do Alto Acre, na fronteira com a Bolívia davam lugar a pequenas correntezas. Na principal praça de Brasileia, a Hugo Poli, o letreiro de boas-vindas provava que a cota de 13,53 é mais um recorde apresentado pelo principal afluente do estado nesta região.
Nas cidades coirmãs, desde a semana passada, os dias têm sido puxados para os moradores, principalmente para aquelas pessoas que assistem a água chegar diante das suas residências. Correr contra o tempo significa salvar a conquista de toda uma vida. E tem sido assim, desde que o Rio Acre começou a subir após a grande chuva que caiu na madrugada do dia, 23 resultando no transbordamento do rio e igarapés.
Além de Brasiléia e Epitaciolândia, Rio Branco é o retrato da calamidade pública. Estima-se em 40 mil o número de pessoas afetadas pela enchente. Só em Brasiléia, o governo estadual fala em nove mil desabrigados e oito bairros debaixo d’água. Hoje pela manhã, as equipes se dividiam para levar itens de primeira necessidade para as vítimas das alagações.
Foto: Dhárcules Pinheiro – Foto RBR
A casa de parentes é um recurso para quem ainda pode escolher. Enquanto para outras pessoas, os abrigos construídos pelos municípios e o governo é a única opção em um cenário de cidades ilhadas.
Foto: Dhárcules Pinheiro – Foto RBR
Na manhã desta terça, o prognostico de elevação do Rio Acre estava se confirmando. Umas das métricas tem sido o Calçadão da Gameleira onde apenas centímetros separam as águas do Rio Acre de invadir o ponto turístico.
Foto: Marcos Vicentti-Secom
Agora de noite, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) apontava o curso d’água na capital com exatos 16,94 metros, ou seja, 6 centímetros apenas de atingir outro recorde desde ano.