Por Emerson Barbosa
Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Porto Velho e Tapauá, os cinco municípios do Amazonas e, a capital de Rondônia estamparam a lista de uma pesquisa do Observatório do Clima, entidade da sociedade civil brasileira, como responsáveis por 94% dos desmatamentos da floresta amazônica ao longo da Br-319, em 2022.
No entorno desses municípios, segundo a pesquisa, cerca de 159.659 hectares desapareceram, é como se o crime tivesse dado lugar a 160 mil campos de futebol, diz o Observatório.
O levantamento aponta recorde em 12 anos de pesquisa, tendo como objeto de análise, os 13 municípios no eixo Amazonas e Rondônia ao longo da rodovia federal.
A série histórica mostra que os municípios de Beruri, Borba, Canutama, Lábrea, Manicoré e Tapauá, sendo aqueles que mais desmataram na região, Lábrea com 55.332,93 há foi apontado o recordista. Quanto a focos de calor, os 12.333, apontados na pesquisa, foram detectados nos municípios Porto Velho (RO), Lábrea, Manicoré, Humaitá e Canutama no Amazonas.
Diante da constatação, pesquisadores apontam mais essa trágica ambiental por conta da localização dos municípios que estão dentro do chamado ‘arco do desmatamento’. Outra influência estaria na licença irregular concedida ao (Trecho do Meio) no final do governo Bolsonaro, o que pode ter acelerado as práticas de desmatamento.
foto: Marcio Isensee e Sá-InfoAmazônia-Amazônia Real
O arco do desmatamento, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), estaria onde a fronteira agrícola avança em direção à floresta e também onde encontram-se os maiores índices de desmatamento da Amazônia. São 500 mil km² de terras que vão do leste e sul do Pará em direção oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre.