Por Cícero Moura
COMPLEXIDADE
Se fosse só uma escolha entre Direita e Esquerda para definir a gestão de um país, estado ou cidade, tudo seria muito mais simples. Após quatro anos, em nova eleição, bastaria apenas os eleitores permitirem a continuidade ou então promover a troca de determinada gestão.
Não há sujeito oculto nisso. É uma questão de escolha baseada na situação atual da economia, saúde, educação, obras, segurança, meio ambiente e demais áreas que compõem as estruturas governamentais.
E Deus? Deus não tem nada a ver com isso. Não é problema dele às escolhas dos homens. O dedo de Deus nisso está na sabedoria que foi dada a cada um de nós, donos do livre arbítrio, usar da maneira que se entenda correta, sem jamais invocar Deus como o dono da preferência pessoal de cada um.
MUNDO
Essa coisa aplicada em nossa política local, de endemonizar esse ou àquele, e o que é mais grave, com a conivência de falsos profetas e até mesmo de setores da imprensa, torna ainda mais temeroso um processo que por si só já virou caso de polícia e até de insanidade mental.
O mais grave é que isso é uma condição mundial. "Notícias" de um único lado são passadas como verdadeiras, o contraditório é maquiado e dane-se os efeitos que isso pode causar. O 08 de janeiro é um exemplo, independente de quem sejam os verdadeiros culpados pelos atos.
As ações da Polícia Federal, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, e que não vão parar tão cedo, levaram pra cadeia gente de tudo quanto é canto, inclusive aqui de nossa Rondônia. Nos inquéritos são classificados como terroristas, o que já supera qualquer outro tipo de adjetivo que possa ser atribuído pontualmente aos indiciados.
A constatação inicial é que houve crime de golpe contra a Democracia. Isso seria um dos braços do terrorismo que é sustentado ainda por fanatismo religioso ou político, racismo, homofobia, intolerância, entre outros crimes de grau tão violento ou maior.
CRIME 2
As notícias sobre o vandalismo ocorrido em Brasília definem de tudo quanto é jeito a atitude dos baderneiros. Aliás, os indiciados são chamados de "patriotas" por uma ala e de fascistas infiltrados entre pessoas de bem, por outra ala. As manchetes variam conforme o impacto que a notícia possa provocar.
No fim do ano passado, em 23 de novembro, o jornal The New York Times publicou a seguinte manchete. Ataques a bomba em Jerusalém matam 1 e ferem pelo menos 18, por Patrick Kingsley e Isabel Kershner. Na reportagem Kingsley e Kershner não medem esforços para detalhar as mortes de israelenses, enquanto obscurecem as mortes de palestinos.
DETALHAMENTO
O artigo oferece aos leitores um relato da explosão e as origens das vítimas. Quando abordam a perda de vidas palestinas, eles o fazem em apenas duas frases: observando que a violência foi igualmente mantida, sem revelar detalhes sobre o palestino que foi morto ou seus antecedentes.
UM LADO
Enquanto as vítimas israelenses recebem extensas histórias de fundo e seus familiares têm espaço para falar sobre o que vivenciaram, as vítimas palestinas são mantidas sem voz pelos autores. Isso é seguido por uma imagem de enlutados palestinos carregando o corpo de um adolescente palestino assassinado pelas Forças de Ocupação de Israel (IOF, pela sigla em inglês).
INSINUAÇÃO
A vítima, Ahmed Shehada, é mencionada apenas na legenda da imagem, não no artigo. Ao mostrar aos leitores uma imagem de homens palestinos participando de um serviço funerário – sem contexto para sua prática de luto – Kingsley e Kershner tentam retratar os palestinos como "militantes" raivosos, em vez de reconhecer que são pessoas enlutadas que estão de luto publicamente.
REALIDADE
Kingsley e Kershner enfatizam que este bombardeio é o primeiro ataque contra civis israelenses em mais de seis anos (eles mencionam isso várias vezes) sem abordar o aumento maciço da violência pelas IOF e por colonos ilegais (na Palestina) contra civis palestinos apenas em 2022.
JUSTIFICATIVA
Quando a violência e as mortes de palestinos são finalmente mencionadas, é feito de uma forma que tenta justificar a criminalidade do regime israelense. Aos olhos de Kingsley e Kershner, o aumento da violência começa com os palestinos como os agitadores iniciais e os militares e colonos israelenses como vítimas agindo em legítima defesa.
JUSTIFICATIVA 2
Mas as implicações racistas são reveladas quando os palestinos são referidos como "assaltantes árabes". Isso solidifica o estereótipo do árabe raivoso e naturalmente violento que o NYT defende para propagar o mito da agressão palestina e da vitimização israelense.
Escolhi esse tema para hoje por conta da disseminação incontrolável do Fake News nas redes sociais e até mesmo das "notícias" com apenas um lado. "Informações" que na verdade desinformam e geram conflito.
RELEVÂNCIA
Ao tratar a notícia como objeto de barganha ou usá-la como instrumento de incitação à violência ou preconceito, prestamos um desserviço e, ainda, corremos risco de comprometer pessoas. São raras as pessoas que procuram, não a melhor informação, mas a informação correta.
A imagem de uma recém-nascida encontrada entre as ruínas de um prédio em Jindires, cidade no noroeste da Síria duramente atingida pelo terremoto desta segunda-feira (6), mostra onde realmente é possível encontrar a mão de Deus.
MILAGRE 2
A menina ainda estava ligada pelo cordão umbilical à mãe morta. Ela foi a única sobrevivente de uma família que estava em um prédio de quatro andares colapsado após o terremoto.
Até o momento já foram contabilizadas mais de 12 mil pessoas mortas. As imagens que circulam o mundo mostram dezenas de prédios destruídos em uma tragédia sem precedentes.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, um homem é visto carregando um bebê nu e coberto de poeira pelos escombros, com o cordão umbilical ainda pendurado. Outro morador joga um cobertor para proteger a recém-nascida.
VIVA
A bebê foi levada para um hospital na cidade vizinha de Afrin, onde foi colocada em uma incubadora e recebeu vitaminas. Ela teve hematomas, mas seu estado de saúde é estável, segundo os profissionais de saúde. "Ela provavelmente nasceu sete horas depois do terremoto", disse um médico.