Autora: Renata Camurça
Livro: A Travessia de Greta James
Autora: Jenniffer E. Smith
Páginas: 269
Editora: Arqueiro
“Greta James teve uma ascensão meteórica como cantora, mas não foi um caminho fácil. Antes da fama e dos shows com ingressos esgotados, ela passou a adolescência tocando violão na garagem.
Sua primeira fã foi a mãe, Helen, cujo rosto brilhava em meio ao público dos bares onde ela começou a se apresentar. Mas nem todos a encorajaram a ir em busca de seus sonhos: seu pai, Conrad, não via futuro naquela carreira.
Greta sempre tentou provar que ele estava errado em suas previsões, mas, uma semana após a súbita morte da mãe e pouco antes de lançar seu aguardado segundo álbum, ela desmorona no palco e o vídeo viraliza. Na tentativa de escapar da humilhação, ela aceita, relutante, acompanhar Conrad em um cruzeiro até o Alasca.
Esta acabará sendo uma viagem de descoberta para pai e filha – assim como para Bem Wilder, um historiador que também sofreu um grande baque a vida. Bem está no cruzeiro para fazer uma palestra sobre o livro O chamado selvagem, de Jack London, que Helen adorava.
Enquanto Greta procura recuperar a autoconfiança e Ben enfrenta seu futuro incerto, eles se apoiam um no outro para compreender as escolhas difíceis da vida.”
Conheci a escrita da autora Jennifer E. Smith através desse livro, “A Travessia de Greta James” e estou até agora me perguntando o porquê de ter perdido tanto tempo, e nem foi o caso de não conhecer as obras delas, porque eu já tinha lido algumas indicações e até fiquei interessa em ler “A Probabilidade Estática do Amor à Primeira Vista”, simplesmente, deixei passar… bom, agora não adianta chorar pelo leite derramado, vou correr atrás do tempo perdido.
Mas, vamos ao que interessa, falemos desse livro incrível!
Embarquei em uma história profunda, com pai e filha, em um cruzeiro pelo Alasca. Uma viagem emocional, melancólica com algumas descobertas, entendimento e superação.
É uma história sobre conflitos familiares, luto e culpa. A Trama gira principalmente em torno da relação da estrela do rock Greta James e seu pai Conrad. Ela, o culpa por não a apoiar em sua carreira na música e ele a culpa por colocar uma carreira instável na frente da família. Existe uma ferida aberta nos dois, eles não conseguem se entender e muitas vezes parece que as diferenças ficam maiores que o amor que um sente pelo outro.
Tudo na vida de Greta ficou mais difícil após a morte repentina de sua mãe, Helen, a relação com pai que já era complicada, parece ter ficado impossível e sua carreira que estava em ascensão, agora está em pausa, depois de ter tido uma crise de pânico causada pelo luto, no meio de um show.
Sem saída, Greta embarca com o pai, em um cruzeiro para o Alasca, sem saber como sobreviver alguns dias com o pai em um navio e particularmente sem saber como retornar a carreira, se tudo que carrega é o medo de não conseguir mais tocar, agora que sua mãe se foi.
O peso da culpa, a dor do luto e a tristeza afastam cada vez mais pai e filha que não conseguem manter uma conversa sem que existam acusações e desaprovações. Para viverem essa viagem, eles contam com a ajuda de grandes amigos de Helen e de um certo escritor charmoso que Greta conhece no navio.
Acredito que o encontro de Greta com o escritor Ben é a leveza da história, a tradução perfeita para o apaixonante caso dos “opostos se atraem” e também o ponto de partida para a cantora começar a se reencontrar, recuperar a segurança e baixar a guarda para o pai.
O livro tem uma narrativa simples, envolvente e carregada de emoções que me fez participar de cada sentimento e me questionar durante toda a leitura se é possível que uma relação tão machucada possa ser restaurada.
Me emocionei e chorei muito durante algumas conversas difíceis sobre a vida, recomeços, segundas chances e a carga de cada decisão tomada. Também me vi com lágrimas de felicidade quando Greta percebe que sua cura está na música e seu pai testemunhou esse momento.
Encerro dizendo que “A travessia de Greta James” é um livro sensível, quase poético. No frio, na solidão das geleiras do Alasca, uma roqueira quente, descongela seu coração e percebe que não está sozinha, nunca esteve…
“Quando falam que livros podem mudar as pessoas, eu sempre acho graça, porque sim, claro que podem. Mas no meu caso não é uma metáfora. Minha vida teria sido completamente diferente se eu não tivesse encontrado aquele livro. Ou se o livro não tivesse me encontrado.”
“É como aquela sensação de sair de um voo longo e respirar ar fresco pela primeira vez. Você estava bem no avião. Dava para respirar direitinho. E dava para sobreviver daquele jeito por muito tempo, se fosse preciso. Mas, quando você desce, percebe que não ia querer viver daquele jeito para sempre. Não se tivesse escolha. Eu acho que me afastar causou esse efeito em mim. Me ajudou a perceber. Eu não respirava de verdade havia muito tempo.”
“Música sempre foi meu refúgio. Era uma válvula de escape quando o mundo ficava sombrio, um abrigo confiável para qualquer tempestade.”
“Não é para ser fácil. É para ser divertido!”
PARA LER OUVINDO:
·Piano Man – Billy Joel
·Love Me Tender – Elvis Presley
·Smells Like Teen Spirit – Nirvana
·Wonderwall – Oasis
·Lithium – Nirvana
·Wild Horses – The Rolling Stones
·I Will Survive – Glria Gaynor