Autor – Monique de Carvalho
Vítima de abuso sexual aos 8 anos, a profissional de TI Bianca de Araujo Mendes, de 29 anos, entende muito bem o significado da expressão “preocupação de mãe”.
Bianca fez a placa para tranquilizar mãe e a leva por todos os lugares – Foto: reprodução Instagram
Sempre que precisa sair de casa, Bianca leva uma plaquinha escrita “Mãe, estou bem”, para tranquilizar a dona Edilene, de 61 anos, que fica em casa com medo dos riscos que a filha poderia correr ao estar sozinha pelo mundo.
A plaquinha já era conhecida pelos amigos de Bianca, mas foi no festival Lollapalooza, em São Paulo, no final de março deste ano, que a jovem ganhou notoriedade na imprensa e nas redes sociais.
Por todos os cantos
A placa “Mãe, estou bem”, já rodou com Bianca por diversos lugares. Ela levou a mensagem quando foi para o Peru, Uruguai, Colômbia, Argentina, entre outros destinos.
O clique é enviado imediatamente para a mãe. “Minha mãe quer me proteger do mundo e isso é importante. Mas, quis tranquilizá-la”, conta a jovem.
Bianca também criou um perfil no Instagram, o @mae_estoubem, para sugerir roteiros de viagens a mulheres que querem conhecer o mundo desacompanhadas, mas sem se sentirem em apuros.
Abuso sexual infantil
Mesmo sendo, de certa forma, uma atitude fofa, Bianca não deixa de refletir sobre a importância de falar com todas as crianças sobre sexualidade.
“Fui abusada sexualmente aos 8 anos, mas não sabia se aquilo era normal ou não. Hoje penso que deveríamos ter educação sexual desde criança —passada de acordo com nossa idade, para entender onde um adulto pode encostar ou não”, reflete a jovem.
Na época, o abusador não foi denunciado. Apesar de Bianca saber quem é, ela prefere não identificá-lo.
Viral
O aviso inusitado de Bianca foi clicado durante o show da banda Fresno e então começou a circular nas redes sociais.
A imagem chamou a atenção dos internautas, inclusive de alguns famosos, como a apresentadora Astrid Fontenelle, que compartilhou a placa de Bianca em um de Stories dela, no Instagram.
Para a jovem, o compartilhamento da placa é visto como uma forma de alerta para que a sociedade entenda que as mulheres precisam de segurança em todos os cantos.
“Minha reflexão é essa: não desisti da minha vida, cheguei até aqui, e é isso que quero deixar para o mundo. Quero devolver para as mulheres uma segurança que também procuro para mim”, finaliza.
