Autor: Emerson Barbosa
Ativista indígena rondoniense Txai Suruí (Walelasoetxeige), 25 anosaproveitou o Dia de 7 de setembro para deixar uma mensagem acerca da data que marca a “alforria” do Brasil diante da dominação da Coroa Portuguesa, momento vivido há 200 anos, quando Dom Pedro I as margens do Rio Ipiranga proclamou a Independência do Brasil, usando, segundo historiadores a sua celebre frase, “Independência ou Morte”.
Na visão de Txai, o momento também precisa ser visto com uma reflexão da falta de autonomia que deixaram de ter os povos indígenas brasileiros sobre os seus territórios e suas ‘individualidades’ com a chegada dos portugueses ao país.
“O nome da minha terra indígena é “Sete de Setembro” em referência a data do nosso contato com o não-indígena. Perdemos nossa autonomia no mesmo dia que o Brasil ganhou a sua. Independência para alguns, morte para nós desde 1500”, declarou a líder do Movimento da Juventude Indígena.
Na manifestação feita via Instagram e Twitter, Walelasoetxeige do Povo Suruí de Rondônia, explica que o “Brasil até hoje não reconhece sua própria história, da invasão e do genocídio e que a reparação histórica nunca houve”.
Ao relacionar o momento passado com o atual, ela lamenta o cenário ameaçador vivido pelos povos indígenas, principalmente no que tange a política da qual o governo brasileiro tem se mostrado intransigente.
Txai, defende que a solução é eleger candidatos que saiam das aldeias. “Hoje, como nunca, este país nos ataca, nos massacra e quer acabar com nossos territórios. Não existe independência sem autonomia para os povos originários. Por isso mudar o Congresso e eleger candidatos indígenas é o único caminho”.