As famílias, algo em torno de 300 pessoas estão concentradas na Escola Municipal Santa Lúcia, no distrito de Nova Mutum Paraná, distante pouco mais 100 KM da capital Porto Velho (RO).
Na semana passada, elas foram retiradas das terras em que viviam durante uma ação de reintegração de posse, ordenada pelo governo estadual e sob o comando da polícia militar.
Desde então, as famílias alegam que não tem para onde ir. Como local não é adequado para receber as pessoas, funcionários da pequena instituição apontam prejuízos ao ano letivo em razão da ação policial.
“A escola não foi preparada para isso. Todas as dependências estão super lotadas. Temos a informação que outras 500 pessoas devem chegar. Peço que as autoridades de Porto Velho, a polícia militar que tenha um pouco de sensibilidade, que tenha racionalidade nas ações”, disse um servidor.
Outro problema acarretado com a presença das famílias no local leva em conta ao retorno das aulas, que deveriam ter ocorrido está semana. A situação fez com que pais de alunos e professores denunciassem o caso no 2º Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Porto Velho. O impasse também foi levado para o conhecimento da Promotoria da Educação do Ministério Público Estadual.
Representante escolares explicam que a justiça não poderia se sobrepor ao direito de centenas de estudantes para defender o patrimônio de uma só pessoa.
“No caso o dono da propriedade de se sobrepor ao direito de 200 crianças que necessitam estudar”, disse.
O grupo pede que o Estado providencie outro local para que as pessoas que foram retiradas das terras sejam remanejadas. Esta semana, uma liminar da ministra do Superior Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, obrigou o governo do Estado por meio da polícia militar a suspender as ações de reintegração.
A operação ocorreu no dia 19 de outubro e mirava a reintegração de posses de oito fazendas, localizadas, principalmente na região de Abunã, local em que dos policiais foram mortos por invasores em setembro do ano passado.